"Estava fazendo coisas que não a música para tomar o meu tempo, quando os espíritos vieram e disseram: "Você é um dos grandes músicos deste tempo, é isso o que você deveria estar fazendo". Comecei a chorar, a sensação de não estar fazendo o que eu fui posto aqui para fazer foi tão esmagadora que soube naquele momento o que deveria estar fazendo".
No fim da entrevista, John parece mais feliz, como se falar sobre ele ajudasse a se concentrar ainda mais na música.
Não, não sei se isso é real, mas pelo jeito que dizem que John diz (?) Parece ser verossímil. Tá tudo aqui (por isso não sei se é real, e porque essa "Louca por Sucrilhos" é uma grande PATETA imbecil falo mesmo que não sabe o que é ouvir espíritos e o que é loucura - e acaba de me dar ideias para um texto)
AGORA ME DIZ: O QUE É TUDO ISSO?
Eu nunca, nunca mesmo senti tanta vontade de John Frusciante e tanta vontade de chorar e fazer tudo ao contrario e sem sentido (o que pra mim teria sentido agora). Não sei se é porque as aulas vão começar - o que me causa falta de ar, não sei. Tem algo nessa escola que me sufoca LITERALMENTE - , se é porque ontem vi um vídeo do meu avô falecido há quase 10 anos, e só agora senti sua falta, se é porque a vida está passando e eu não sei se isso é bom ou ruim. Eu só sei que hoje acordei indefesa, com aquela maldita falta de ar e dor no peito, vontade de gritar, correr, me jogar no chão e não fazer nada além de chorar e me lamentar - observem: sou uma pedra seca, só choro por desespero de tanto ódio ou por finais de filmes como 7 POUNDS ou Ó PAÍ Ó (sim, eu choro) -. Escrevo esse texto bagunçado com tanta voracidade quanto uma pessoa morta de fome e sede que come como se não tivesse consciencia, um predador humanizado que vai contra todos os seus princípios e deixa seu instinto falar mais alto, sufocando e matando a presa como se fosse algo indolor e já morto.
Eu não estou mais separando as dimensões, a importância de cada uma. Meu mundo está se formando com todo o material que juntei por todos esses anos. E novamente as palavras se encontram contra a minha vontade, porque eu realmente não as estou combinando por combinar. Algo a mais vem e junta tudo isso.
Eu naõ sei ainda o que vim fazer aqui neste plano, mas por vezes sinto que não o faço, e é como se eu estivesse caindo num buraco sem fundo, num nada que é pior do que qualquer coisa pontiaguda que cause sensação de dor. É como beijar a morte, porque se você não faz o que veio fazer você está morto, ou acelerando o processo de morte. A inutilidade é isso. É horrível, e é. Ponto.
Sentimentos meus se misturam e viram uma bola de neve. Estou como um animal preso, sem nenhum lado que o ajude a se libertar.
Hoje, num dos piores momentos do meu dia aconteceu um tipo de milagre: Bella, que estava do lado de fora, me seguiu e chegou toda dengosa fazendo mil carinhos, como se estivesse dizendo "Estou com você, não precisa me ajudar pra eu retribuir, é de graça, é de coração". Tenho ela e sua mãe, Nininha, que nos últimos dias vem deitando em minha cabeça, como se também me dissesse "Confio em você". Sim, falo com minhas gatas, olho em seus olhos e sei que também falam comigo.
É isso, no fim é só pra dizer que tenho medos e anseios que não sei o que são ainda, que estou entre dois mundos completamente diferentes e iguais, que tudo e nada fazem sentido e que vou continuar fazendo o que faço até entender por que estou aqui.
Não é preciso entender, talvez alguém entenda -ou não. Talvez alguém complemente -ou não. Essa não é a verdade do mundo, é só minha e não quero que seja nada além disso. É um desabafo. É uma maneira de ver essas coisas do lado de fora da caixola.
Hoje sinto John tão perto de mim quanto nunca esteve. E isso é bom. Não sei o que há, mas é como se [mesmo em foto], se ele estivesse me acalmando os nervos pra poder limpar a alma com meu choro e libertar as coisas ruins que estão dentro de mim. Estou em constante meditação ultimamente.


