5.4.10

Sentimentalismos e Frustrações

Sim, porque também sou filha de Deus. Posso me magoar, posso chorar, posso amar. Não sou só a garota boa em matemática que te ajuda nas provas (apesar de ultimamente acontecer o contrário), que te informa, que te faz rir (será que você ri mesmo, ou faz parte do protocolo?). Sou humana e defeituosa.


Ando percebendo que muitas vezes o que eu digo não tem tanta importância, vocês, "amigos", me ouvem, me lêem mas não dizem nada a respeito. Minha irmã consegue falar "Helen, ninguém quer saber, você repete as mesmas coisas sem interesse". Eu me irrito, mas me calo. Se eu incomodo vocês, criem vergonha na cara coragem e digam, façam como minha irmã de 11 anos que parece ser muito mais sincera que vocês, quase adultos.


Esse é apenas um dos desabafos. Talvez eu esteja na TPM, por isso este post maldito. Mas é quando estou de TPM que vejo as coisas de maneira mais clara e crítica. Agora vamos lá:


Quem se lembra desse post aqui? Pois bem. Como disse nele, dou muita importância a Tiago. Mas esse post foi uma droga! Porque com ele, com a música, as concepções e análises que fiz só fez aumentar a minha dor. Sim, dor. Não é amor, não é paixão (eca, parece letra de pagode, af), não é compaixão, nem atração mais. É masoquismo. SIM, meus companheiros, a famosinha palavra doentia. MASOQUISMO. O que mais poderia ser? Ter prazer em ver uma pessoa que sem falar um "ai", sem lançar um olhar ou sorriso sequer acaba matando, cortando, sufocando você é ou não é ter prazer na dor? Torço pra não vê-lo porque sei que vai doer. E muito. Torço para vê-lo porque mesmo que doa demais, há um pouquinho de felicidade esmagada no meio de tanto horror.


O que meus amigos pensam disso? UMA PIADA. Evito falar, mas se eu não falo posso explodir. Então ao envés de ficar calada falo disso o tempo todo. Não me desculpo com vocês, porque a culpa não é minha de ter nascido chata como a minha mãe, a culpa é de vocês, senhoras e senhores que fingem dar trela pra minhas palavras. Gritem comigo, que eu aguento. Agora não me deixem falando sozinha! É horrível!


Voltando ao assunto principal, eu não sei o que fazer. Eu gosto e odeio, sangro e pulo por dentro, isso é incabível, não faz sentido nenhum! Estou totalmente perdida e não há ninguém que me salve. Não existe alguém que me possa dar os conselhos certos. Ninguém, nem eu mesma. Vou continuar nesse meu vício, meu masoquismo, e tentar não falar mais sobre. Ora, quanta tolice! Como se eu fosse conseguir!




Hoje aconteceu. De longe vi aquela pessoa alta e de passos firmes, andando na chuva sem se preocupar se estava se molhando ou não. Afinal, Nothing Else Matters (trocadilho). "Que não seja ele, por favor! Ah não, não é ele droga. Ah é sim!" Chegando mais perto, olha no relógio e fica atento aos carros passando, pra poder atravessar a avenida. Passamos um pelo outro a centímetros de distância, eu, em choque, apertei o passo e nem virei pra trás para vê-lo de longe. E nem sei se ele virou também. Não importa. Já começou a doer, é tarde.



Como uma adolescente quase normal que sou, na primeira brecha fui correndo contar pra alguém. Mas ela não se interessou, afinal, não importa não é mesmo? Nada do que a Helen diz é importante para o mundo, logo, o mundo que a vê como uma idiota, pensa que ela não vai se importar de ser ignorada mais uma vez. E assim a vida segue. Os poucos momentos de alegria e tristeza que tenho não servem pra nada. As poucas pessoas que eu achava que se importavam são atores e atrizes (péssimos por sinal) que gostam de estar em cena toda vez que eu peço atenção. E eu percebo que sim, sou também Imperdoável, porque não consigo mudar, porque também atuo de alguma forma. Percebo mais: que ainda não existe, ou não se apresentou tal pessoa que aguente minhas teorias, análises, meu drama, minha tagarelice. Se apresente senhor/senhora. Preciso de alguém.


1.4.10

The Unforgiven

Talvez eu me arrependa um dia do que vá dizer agora, mas sinto que é preciso. Talvez não me expresse muito bem, tanto por falta de tempo quanto por falta de organização na minha cabeça, então me perdoem.

Alguns (poucos) sabem sobre fulano e sabem o que ele causou ano passado. Mas vou resumir pra tudo isso ter sentido.

Ano passado eu conheci esse cara, roqueiro fã assumidissimo de Metallica, bruto e sem sentido. Daqueles roqueiros que relatei aqui. Fiquei atraída por ele, confesso. Mas doentiamente. Eu, apesar de vê-lo maltratar meus amigos (que não estavam nem se importando), não conseguia parar. Sentia que o olhar dele não correspondia com seus atos. Um olhar meigo, quase que infantil, de criança que precisa de carinho, bons tratos etc., e não um olhar de machão homofóbico e covarde como ele demonstra até hoje ser. Acho que continuei lhe dando atenção por isso. Porque sentia que ele tinha algo a mais escondido bem lá no fundo. Nunca senti isso, nunca "decifrei" olhares, mas com ele era tão visível quanto como se tivesse uma legenda em letras legíveis.

Com o tempo cansei de suas atitudes e achei que tudo isso era bobagem, que ele era de fato um imbecil e não tinha nada de bom. Ok, depois disso o ano chegou ao fim e ele sumiu da escola, aparecendo casualmente pelas ruas do bairro.

Nunca parei de pensar nele, mesmo assim. Não sou uma apaixonada boba, não é amor platônico nem nada disso. É atração, intriga, curiosidade. Ele me deixou confusa com isso que sentia, e mesmo tendo desistido ele não sumiu de minha mente.

Voltei a vê-lo com mais frequência, mas evitava olhar por muito tempo, para que não viesse a me "enfeitiçar" novamente. Foi inútil.

Com esse tempo que perdi ao fazê-lo importante, descobri que Metallica é uma banda muito foda boa e passei a ouvir. Não só por ele, mas por Flea, dos Chili Peppers que havia entregue um prêmio à eles há pouco tempo atrás, e porque fiquei curiosa: todo bendito metaleiro AMA essa banda!  Também por minha amiga Lohayne me mandar One e Nothing Else Matters pra ouvir no trabalho.

Ontem acordei com uma sede de Metallica, uma vontade estonteante de ouvir The Unforgiven (que digo e repito: é minha favorita!). Ok, ouvi mais de 20 vezes com toda a certeza, e peguei a cifra pra tocar (estou me saindo bem até, acordei pra arte de tocar Kiss meu violão ). Mas não conhecia a tradução.

Hoje vi a letra e um trecho me fez parar, como se uma barra de chumbo atingisse minha cabeça:


Nunca transpareceu no que eu mostrava

Nunca ser, nunca ver

Jamais verei o que poderia ser

O que eu senti, O que eu soube

Nunca transpareceu no que eu mostrava

Nunca livre, Nunca eu (mesmo)

Então eu nomeio-o o imperdoável

Eles dedicam as suas vidas

Para acabar com a dele

Ele tenta agradá-los

Este homem amargo

Por toda a sua vida

Constantemente batalha

Esta luta que ele não pode vencer

Um homem cansado que eles veem não liga mais

O velhote então prepara-se

Para morrer cheio de arrependimentos

Este velhote aqui... sou eu

Preciso explicar? Algo em mim diz que essa é toda a resposta que eu busquei o ano passado inteiro. Cada palavra, cada significado. Esse garoto é quem demonstra ser por querer ser "alguém" apenas. É como se ele viesse de um futuro distante soprar essas palavras em meus ouvidos, totalmente arrependido e dolorido, pedindo-me ajuda. E o mistério acaba aqui, nessa fodissima maravilhosa música que me faz sangrar (não literalmente). Se acharem coincidencia, sem sentido, que seja. Pra mim é isso, eu não só provo como sinto e sei que sei. Heavy (como é assim chamado por mim) é O IMPERDOÁVEL.































































unca transpareceu no que eu mostrava
Nunca ser, nunca ver
Jamais verei o que poderia ser
O que eu senti, O que eu soube
Nunca transpareceu no que eu mostrava
Nunca livre, Nunca eu (mesmo)
Então eu nomeio-o o imperdoável
Eles dedicam as suas vidas
Para acabar com a dele
Ele tenta agradá-los
Este homem amargo
Por toda a sua vida
Constantemente batalha
Esta luta que ele não pode vencer
Um homem cansado que eles veem não liga mais
O velhote então prepara-se
Para morrer cheio de arrependimentos
Este velhote aqui... sou eu