28.6.10

Love or not Love?


Ame a pessoa que viu você quando você era invisível. Difícil. Porque poucas pessoas te enxergam em sua invisibilidade. Porque poucas pessoas antes mesmo de te conhecer resolvem te ajudar, te apoiar, te tratar como um objetivo de boas ações.

Pra mim não é difícil retribuir a pessoa que me enxerga. O difícil é saber se é amor. Talvez não, nunca é. Sempre acaba em raiva, desprezo, compaixão. E não quero sentir nada disso por ele. Ele me viu, naquele primeiro dia, em meio a tantas outras 20, 30, 50... Segurou em minha mão para que eu participasse. Relutante cedi, mas na ocasião seguinte fui extremamente infantil.
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Depois, ele foi mais inteligente: antes mesmo que eu sequer pensasse em me rebelar novamente, me intimou. Olhou fundo em meus olhos, segurou-me e confessou que eu era seu objetivo. O que significa que eu fora observada, analisada, conversada, protagonista de uma mente desconhecida que ansiava-me por perto.
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E nessa briga de gato e rato comecei a admirá-lo. Por sua insistência em mim, em se importar comigo. De imediato. Participei. Mas nem sempre.
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E seguiu no 3x2, 3x3, 4x3... Mas descobri algo que me fez passar nesse jogo. Algo não tão bom, que não sei se é de fato verdade, mas que me fez fugir um dia e parar nos outros. Foi isso mesmo? Ou apenas o fato "visível" a todos não agradava-me? Não sei. Se eu falar que foi o que descobri, isto mostra ciúme, preocupação e vingança. Se não participo talvez ele pense mais em mim, não? De que importa? Sei que isto acaba, sempre acaba. E da pior maneira: ferindo-me. Masoquismo? Talvez.
Agora um segredo: sempre antes de dormir procuro imaginar cenários e personagens perfeitos, situações que eu gostaria de ter coragem de fazer acontecer. É minha canção de ninar. Ultimamente ele está lá. Não deveria estar, porque isto fará com que se apague sua forma real de ser. Ele ficará invisível. Mas eu não tenho a coragem da iniciativa como ele teve. Ele é forte, sabia que eu poderia fugir dele e nunca entrar neste jogo. Mas ele foi mesmo assim, e conseguiu. Porque persistiu.
E não sei mais o que é real. O que é de fato a minha opinião e meu sentimento. Cozinhei tudo ao mesmo tempo e vou levando isto em banho-maria. Penso que quero levar adiante até o último dia que nos encontrarmos. E está perto. Falta metade.
Se não é amor por que Diabos me importo? Por que quero fazer de tudo pra que ele ganhe esse jogo? Quando passo à sua frente sinto-me perdida, sem saber para onde ir. Quero anular meu ponto imediatamente e se possível fazê-lo ganhar dois seguidos, mas já é tarde, pelo menos quero que seja tarde. Me posiciono de uma maneira que quero vencer, mas quero mais perder. Mas não me liberto e assumo a derrota. É o orgulho. Bem camuflado ali naquele canto, mas é ele. Reconheço-o.
Queria que fosse amor, não gratidão. Cansei de conhecer os desamores, estes clichês maltratantes e sádicos. Mas aquela descoberta quase-verdadeira me impede e também quero que não seja amor, mas gratidão. Só que se for gratidão isto mostra que estou tentando esquecer o Imperdoável e não sendo grata por ser enxergada. Ele não merece. E a imperdoável seria eu.
Tenho mais medo ainda que, redigindo isto para o real, se torne invisível. E mais, que se torne esquecido e vazio. Porque ao escrever mato tudo o que tinha e vira apenas uma história.

25.6.10

Amadurecimento

Ontem ocorreram dois fatos que me fizeram perceber algumas coisas. Tentarei desenvolver o máximo possível neste post, porque é tanta informação ao mesmo tempo que nos textos ainda não estão prontos em minha mente, apenas palavras (como tags) gritam pedindo para serem escritas.

Pois bem, o primeiro fato que me ocorreu foi uma revolta da sala inteira contra uma professora porque ela abaixou a nota por ver os trabalhos todos com falhas. Num dia normal eu faria o maior barraco (não com a professora, mas a xingaria muito no twitter), ficaria revoltada com a vida e diria que tudo fosse para o inferno. Mas eu estava preparada, havia tomado uma overdose de John Frusciante à tarde (fazendo o tal trabalho) e consegui me manter no controle. Um outro motivo foi o tema do trabalho: Linha do tempo da Alemanha - amo esse país com todas as minhas forças!

Me manter no controle me fez enxergar o amadurecimento. Qual o problema de uma nota inferior? Estava tão apaixonada pelo meu trabalho que entreguei assim mesmo, ainda pedindo quase de joelhos (exagero) para a professora devolver-me quando corrigir. E eu sei porque ficou tão maravilhoso: John... (falando nisso, havia sonhado com ele naquela madrugada).

O segundo fato foi a minha língua comprida. Uma coisa que devo ter puxado da minha família fofoqueira. Uma coisa natural (veja bem, não sou fofoqueira, mas extremamente julgadora), que normalmente alguém que estivesse na minha posição quisesse corrigir pois classificaria como defeito. Defeito é sim, mas minha percepção defeitos devem ser mantidos, porque é uma característica única, e se você muda isso, pelo menos se muda irreversivelmente, você já não é mais o mesmo, é outro. E gosto de manter a originalidade das coisas. Sou contra mudanças bruscas e transformações drásticas (seria a mesma coisa?).

Voltando, eu critiquei a atitude de uma colega de escola. E ainda abomino o fato mesmo que digam, que pensem, que falem (deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem?) o contrário. Pra mim é inaceitável e pronto. E para me manter com a razão e a impor ao mundo, vou criticar essas abominações de maneira diferente, a qual eu já fazia, mas agora será 100%. Irei diminuir minha língua e fazer crescer meus dedos. Sim, a melhor maneira de me revolucionar é com minhas mãos gordinhas de borracha/massinha (apelido dos amigos). Escrever o que sinto, o que penso. E desenhar o que desconfio que sinto e o que não é interpretado por palavras ainda.

É outra forma de amadurecimento. Meu defeito continuará, mas sua trajetória se dará por um caminho alternativo. Manterei minha essência. E já comecei, concluindo meu trabalho de Educação Física (pivô da picuinha maldosa) da maneira mais próxima do que se pode chamar de perfeito. Posso estar sendo 0% modesta, mas eu gostei, aprovei e me orgulhei de ter escrito aquilo. E bate de frente com as ações que muito reprovei daquela garota. E para ter certeza de que ela não mudaria nem sabotaria minha conclusão, enviei diretamente ao professor. O que causou uma terceira conclusão e uma frase (bônus!):

Percebi que isto de "aprender com os erros" não é tão simples quanto parece. Se você aprende, já não foi um erro. Foi uma consequência. E a frase é curta mas diz tudo (amei a frase, então para mim está certa e me orgulho dela também):

NÃO EXISTEM ERROS, APENAS AQUELE FATO TEM QUE OCORRER PARA O CRESCIMENTO DA MENTE E DA VISÃO SOBRE O MUNDO POSSAM ACONTECER. Helen Araújo

Podemos amadurecer e voltar à imaturidade no mesmo assunto? Sinto que sim, ou então nunca amadurecemos. Podemos nos esquecer do que vivenciamos e aprendemos, e voltar a seguir o caminho antigo. Exemplo: eu posso voltar a esticar minha língua. Mas quando perceber que estou naquele sentido, volto atrás e vou alternar meus passos. Isto é algo (esqueci-me da palavra) infinito e repetitivo. E não é errado. É humano.

Talvez eu tenha visto tantas coisas daquele outro lado, porque alguém me fez virar o rosto e ver além. John...

21.6.10

CALEM A BOCA VOCÊS!

Hoje cheguei toda alegre no twitter, finalmente com vontade de ficar até enjoar. Aí vi os Trending Topics. Como assim CALA BOCA TADEU SHMIDT? Confesso que sou fã daquele cara, pra mim ele e Tiago Leifert tem uma maneira divertidíssima de prender a atenção e nos fazer gostar mais de futebol. Pelo menos comigo foi assim. E não venha me dizer que é porque o Leifert é gatinho e coisa e tal mas é mesmo que eu não sou tão fútil assim. Enfim, fui pesquisar e encontrei isto:
O técnico Dunga proibiu a imprensa nos treinamentos  e até mesmo exclusivas pré combinadas entre Globo e Ricardo Teixeira, o que resultou em um ataque direto dos meios de comunicação da Rede Globo contra a fama do técnico.
A gota d’água foi quando o jornalista Alex Escobar ironizou o técnico durante a entrevista coletiva após a vitória de 3 x 1 sobre a Costa do Marfim, Dunga chamou Alex de cagão e de merda.




Em seguida, no programa Central da Copa, a TV Globo usando jogo de imagens e depoimentos tentou se passar por coitadinha e jogar a audiência contra Dunga, o que resultou no contrário e da declaração do irmão de Oscar nasceu o:CALA BOCA TADEU SCHMIDT
Não vim aqui para apoiar Globo e Tadeu, mesmo sendo fã dele (admito). Vim aqui questionar a atitude dos que apoiam o CALA BOCA TADEU. Pois bem, estão defendendo Dunga, dizendo que a Globo pode falar o que quiser sobre ele, e ele não tem direito de resposta. Ok, concordo. Mas pensa bem, quem não é assim? "Eu posso, você não pode!".

Todo mundo quer ser o melhor e o justo, todos querem ter a razão. Se o CALA BOCA está nos trending topics, obviamente milhares (ou milhões) de pessoas contribuiram para isto. Mas me lembro muito bem, que na época da convocação o Dunga também estava lá. "Idiota! Burro! [...]" Provavelmente quem xingou Dunga está calando Tadeu também. QUER DIZER QUE VOCÊS PODEM FALAR MAL DO DUNGA E TADEU NÃO?


O que é isso? Não é a mesma coisa pela qual vocês estão protestando contra? Só porque o Brasil está indo razoavelmente bem na copa viraram a casaca? Não xinguei Dunga, só fiquei muito contrariada por Ganso não ir, mas se a seleção está bem na copa, ótimo.

Não ligo se xingam o Dunga, porque se Brasil for HEXA vão se calar rapidinho e voltar com o rabo entre as pernas. Agora xingar e depois defender é muita hipocrisia na minha opinião. Quem faz isso não sabe olhar pra trás e ver que julgou também quem defende agora. Que cometeu o mesmo erro das pessoas que estão na forca (vulgo TT's). Fizesse CALA BOCA GLOBO e não só o Tadeu. As pessoas que fazem isso não estão prestando atenção no que dizem.

Imagina a quantidade de CALA BOCAs úteis que poderíamos fazer crescer mundialmente (mais que Galvão)! CALA BOCA ESTUPRADORES, CALA BOCA RACISTAS, CALA BOCA GUERRILHEIROS, CALA BOCA JUSTIN BIEBER (risos) e milhares mais...

Estamos nos concentrando demais numa coisa só, que não muda a vida de ninguém, e perdendo precioso tempo para fazer o certo. Estamos muito frouxos SIM! Cadê o espírito revolucionário dos jovens que viveram a ditadura? OS JOVENS DE AGORA SÓ SABEM COÇAR E FOFOCAR.

Te interessa realmente quem xinga quem? TODOS sabemos que jornalismo nunca é puro e sincero, nem sempre é do bem. A vida é assim. Poderíamos gastar nossas energias e nosso CALA BOCA com problemas graves de verdade. Tenho vergonha de ter nascido neste tempo, vergonha de viver ao lado de vocês.

CALEM A BOCA VOCÊS!

Fiquei enrubescida ao ver ali "CALA BOCA GUERRILHEIROS", vejam só vocês, um ano depois e já mudei tanto. Nunca fui contra guerrilheiros realmente, e agora não me lembro se estava sendo quando escrevi esta frase. O fato é que, este trecho é totalmente contra o que sou agora e não acredito em mim mesma, vejo que desconheço a Eu do passado. Não é vergonha, ou desgosto, é um soco nos meus princípios atuais.  - 27/07/11