22.3.12

O Príncipe, a Rosa, o Astro

Você morava numa estrela. Bem no meio do céu. Era lá o verdadeiro Éden, você sabe.
Tinha tudo, e tudo o que te rodeava era bom. Bom de verdade, pacífico, doce, bonito, assim como o Sol preenchendo uma casa clara todas as manhãs. Um Sol por entre as brechas da copa da árvore daquela esquina, visto de baixo. Assim como a maciez de uma lembrança dourada da infância ou do melhor momento de sua vida.
"O essencial é invisível aos olhos" - será que esta frase, mais do que com o significado de os pequenos gestos e os queridos e bons sentimentos são o que valem, será que ela também se aplica ao que está longe, ao que foi-lhe usurpado de uma hora pra outra? Será, Pequeno Príncipe, que você, sua rosa e seu astro se encontrarão, ao mesmo tempo, um dia?
Você diz que não vai voltar, e isto arranca-me suspiros dolorosos.
Sou uma rosa sem raiz. E quando olho para sua estrela e para seus contos sobre ela, sinto que o que é meu também está lá. Porque foi assim que imaginei que fosse meu astro-casa. Meu coração fica quentinho só de brincar de ver suas memórias como se também fossem minhas, mas ele ferve por lembrar que você se exilou (e, consequentemente, eu também).
Como vou me fixar e dar vida a novas rosas companheiras sem minha raiz? Aquela que nunca tive e deve estar perdida na sua casa? Se você mesmo diz que não tem mais volta...
Acredite, eu consigo imaginar a sua dor. Consigo compartilhar da sua saudade.
Como posso sentir saudade por algo que não conheci? Não sei. Nem o revolucionário sabia. Mas eu consigo. Eu sinto. Eu sei sentir. E isso me faz murchar.


8.3.12

A Doença do Nada

Voltei a antigos estilos pra não só relembrar como pra tentar recuperar os bons tempos que vivenciei.
Porque depois deles o que experienciei pode-se comparar com O Nada do livro A História Sem Fim do escritor alemão Michael Ende (quem leu deve se lembrar da ênfase que o autor dá ao explicar o que é aquele grande e infinito escuro que destrói tudo o que está em volta e se alimenta disso, apagando qualquer coisa que existe).
Espero realmente que, como magia, esta organização do meu blog seja como um amuleto de bom presságio para minha vida aqui fora, porque pelo amor de Deus, eu não sei se aguento.
Fiz essa nova página pra tentar esconder o desastre que se deu no meu velho mundo, mas acho que aqui também estou infectada. E pior, este vírus veio mui mais forte.
Preciso suprir meu estoque de esperança, porque ele está no vermelho.