9.12.10

Vincentiana


Estava eu absorta em minha depressão pós-ensino médio, pensando no que fazer - ou melhor: no que deixar de fazer - quando me decidi por Tetro. Mas não vim aqui para dar sinopses, notas, dicas - para isso eu tenho o outro blog. O contrário disto. Vim dar meu depoimento sobre o que presenciei.
Pularei a parte de Coppola e toda a sua trajetória até aqui. Também pularei o profissionalismo de Vincent Gallo. O fato é: além do incrível diretor e músico que eu admiro há tanto tempo, ele é igualmente ator. Eu já sabia de todas as suas aptidões artísticas, já tinha um filme dele - que verei hoje, inclusive, e assim espero - e o amava pelo que ficava sabendo dele por aí:  “de quem me diziam horrores mas que foi um encanto, um tipo inteligente com boas ideias” - elogiou Coppola. 
Já havia marcado no filmow que queria ver Tetro. Nem me lembrava. Mas vi Coppola no Programa do Jô e no dia seguinte fui atrás desesperadamente.
E que filme. Tremi do começo ao fim por toda a sua perfeição - e não, não estou falando nem vou falar da fabulosa filmagem, roteiro, atuação e tudo o mais, deixemos isto de lado -, graças a Deus, porque isso tudo literalmente salvou meu dia.
Estava péssima por um não-sei-o-quê, talvez por ter acabado a escola e a saudade ter vindo não só visitar-me, mas morar comigo; por melancolia e tédio, bipolaridade ou depressão; pela tensão de vestibulares e ENEMs; ou ainda por outros assuntos inexplicáveis, quando decidi que era a hora de dar o play no Vincent e admirar sua atuação eternamente. Não sabia que ia repercutir tanto. Tão intensamente.
Uma vontade não de fazer algo, mas de pensar no que fazer, ou melhor, sentir o que fazer. E fiz. O ouvi, o desenhei, entre tantas outras coisas.
Vincent me serviu de recarga das baterias - mais eficiente que Duracell, acreditem. Mas não me serve somente disto. Ele é um outro que vai ficar pra sempre em mim.
Outro dia, antes de tudo isso, ouvia a música Glad to be Unhappy, e fiz algo um tanto quanto "nada inteligente". Não literalmente inteligente: fui buscar a letra de uma música instrumental - batam palmas - . Mas meu amigo Roger meio que contornou a situação, dizendo que foi uma maneira literal de buscar o entendimento daquele som. E realmente encontrei. Entendi o porquê de Feliz em estar Triste. Ultimamente pareço-me muito com certas músicas do Gallo, portanto, estou no meu momento "ele" e não abro mão.


"Yes, I'm Lonely"

29.11.10

Campanha: este blog é contra o Bullying!

1. Explicar o que é bullying.
 
“Bullying (bully: valentão, fanfarrão, tirânico - verbo: ameaçar, maltratar, oprimir) é o ato de constranger, humilhar, intimidar alguém por diversão, o que na verdade é um sério preconceito comum em escolas, universidades, no próprio emprego e até mesmo na internet (cyberbullying).”

2. Contar se você já passou por isso ou não. Se sim (e você estiver a vontade) conte sua historia. Caso contrário expresse sua opinião sobre o assunto. 

Que eu me lembre, nunca sofri bullying. Logo, se não me lembro é porque não sofri, já que isso com certeza traumatiza. Mas fui criada com muita cautela, rédea curta, talvez por ser a primogênita. Então sou daquelas super tímidas que pensa que todos estão a desaprovando, rindo pelas costas, tramando vinganças sem motivo. Portanto, se existe auto-bullying, eu sou membro dessa categoria (risos).

3. Divulgar o link do blog que deu início a circulação do selo.

Blog Efeito Menina e fui indicada pela Thuanny do rapelando

4. Indicar mais 6 blogs que você acha que vão aderir a esta campanha.

guiGz do big7week roger do myhurricanes felipe do fesdi ca do kwade_x karina do mundokarina e você, leitor.
OBS.: naõ sei se podia indicar fotologs, mas quanto mais pessoas chamar, melhor né?

14.11.10

Paredes Brancas

Eu deveria ter escrito aqui há meses sobre o fim do meu estágio. Tem até um rascunho na minha conta, mas ele segue por outro assunto. Porque dois anos, dia-a-dia sem uma só falta é muito tempo. Muita coisa pra contar.
O assunto de hoje é a musicalidade. O ambiente, as sensações. Lembrei de dizer enquanto estava aqui, ouvindo Metallica. Especificamente THE DAY THAT NEVER COMES.
Desde o início, não. Porque no início estava eu na sala de leitura da escola, então era outra coisa. Mas o início da sala de informática. Totalmente independente da política, organização, humanização que pudesse ter aquele lugar, ele era o MEU lugar. Explico o porquê.
Várias vezes, enquanto havia na sala somente EU, senti coisas, pensei coisas, imaginei, vi, ouvi. Podem conferir aqui, aqui, aqui e aqui, como eu conseguia me expressar de forma "diferente".
Às vezes até esqueço de tudo o que passei lá, mas aquela sala se tornou tão especial pra mim, pra meus momentos individuais e reflexivos que até sinto saudade. Talvez aquela parede branca ajudasse a formar todo o "aroma", no sentido ambiente somado à sensação. Cada música específica gritava o significado pra mim e eu pegava no ar. Cada sentimento saía quase concreto e eu podia até sentir o toque externo. Houveram vultos por tantas vezes, portas batendo, vozes chamando, ditando. Vontades espontâneas, lapsos, flashes, soluções, inspirações principalmente. The Empyrean? Nossa! Haviam possessões naquele lugar, acredito. A calma, a criatividade... Sim, havia realmente alguma coisa lá!
Talvez as mesmas vozes que sussurram no subconsciente de John Frusciante estiveram lá inúmeras vezes pra uma visita. Tomara que elas me visitem na minha verdadeira casa em breve. Já estou quase sentindo quando fico só em meu quartinho-sótão.

27.10.10

Evasão Iníqua

Como dizer, que as ideias vêm nas horas mais inoportunas e que, quando mais se precisa delas, somem de maneira tão safada e injusta, privando a humanidade de questionamentos, respostas, ideias, soluções e anseios? Às vezes parece que a mente é como um joker malandro pregador de peças. Você nunca consegue contornar suas brincadeiras imprevisíveis, pois não consegue justamente imaginar a que horas vai te pegar em cheio. E é assim, o muito fácil ato de desperdiçar momentos. Seja estando no banho, andando na rua ou dormindo, se você não vomita todas as palavras que caem como uma bigorna em sua cabeça, elas fogem de você num instante.

Repense sempre seus monólogos silenciosos. As palavras poderão te visitar subitamente, qualquer dia.

13.10.10

Colorindo Dimensões

Ontem, ou até mesmo antes, quando tentava dormir, comecei a refletir sobre vários aspectos dimensionais que me levaram a lembrar de uma noite em que meu amigo Roger e eu passamos a discutir as cores dos discos do Red Hot Chili Peppers. Não as cores das capas, mas as cores que as músicas nos remetiam, tal como Californication começar vermelho-alaranjado e acabar no roxo, By the Way ser todo azul e Stadium Arcadium ter, em cada disco, características parecidas com as dos álbuns anteriores. Guilherme nos olhou com uma cara, como se fôssemos loucos. E eu disse mais: não é aconselhável ouvir os álbuns puxados para o vermelho em dias de muito calor. É sufocante!
Espero que esteja entendendo, caro leitor. Porque é uma interpretação séria esta. Porque sim, vejo cores nas coisas abstratas. É como relacionar o vermelho à paixão ou algo do tipo, só que mais além.
Naquele momento em que me lembrei de tudo isto, quase dormindo, imaginei como seria minha mente por dentro (obviamente não fisicamente). E deu mais ou menos a imagem a seguir (favor ignorar o plano de fundo de folhas de outono, se bem que adoro esse tom, minha vida se resumiria a isso), repare que há titulos para cada grupo e vou explicar-lhes o motivo.
Mas primeiro resumirei esta imagem: separei minha mente em dimensões, assim como existe céu e inferno na mente de muitas pessoas. Mas eu tenho mais que céu e inferno. E inferno em mim não é necessariamente ruim. Tenho pelo menos 4 dimensões definidas. São elas: Céu, Inferno, Alternativo 1 e Alternativo 2.


Céu: geralmente é minha dimensão favorita. É a mais reflexiva, solitária, introspectiva. Em temporadas curtas a ativo, geralmente quando passei muito tempo no Inferno ou na Alternativa 1, ou pior, quando não chego à nenhuma dimensão. É meu mais querido refúgio, onde passo a refletir sobre as coisas que acho mais importantes, muito acima do material e do sistema político mundial. É quando minha inspiração aflora, quando não critico, mas analiso. Quem me proporciona este supremo bem-estar são meus maiores ídolos:
John Frusciante - supremo, a pessoa a quem mais dou amor e carinho nesse mundo;
Raul Seixas - genialidade infinita, profeta membro-maior da Sociedade Alternativa;
George Harrison - consegue me acalmar de maneira inexplicável;
The Mamas and Papas - junto com todo o rock progressivo-psicodélico, me fazem querer a paz e as coisas boas da vida.

Inferno: adoro esta. Não tem as coisas macabras vudus infernais não. É apenas o puro rock and roll. Hard Rock, Heavy Metal, Punk, todas essas coisas cabeludas e fodas que se ouve em bons lugares. Adoro mesmo esse tipo, mas às vezes cansa né. Eu que não aumento o som nem quando tô sozinha, fico meio incomodada. Toda vez que estou nesse estágio dimensional, fico como se tivesse corrido por muito tempo, pulado, falado, enfim, fico esgotada. E geralmente quando tô ouvindo GNR (The Garden ou Welcome to the Jungle, em especial), me sinto em toda aquela parte underground de NY, rodeada de groupies e rockstars com cheiro de muita bebida, drogas, sexo e suor. Realmente é muito bom, mas em doses excessivas me causa irritação, tédio, melancolia e sensação de esgotamento. E o punk né, é três vezes isso. Assiste Sid and Nancy que no fim você vai entender, parece que foi você, e não eles dois, quem se drogou até não conseguir se mexer. Os causadores dessa minha fadiga são geralmente toda e qualquer banda nessas categorias, com musicas impactantes, batida forte e solos roucos e rasgados de guitarra, além de gritos desafinados nos vocais.

Alternativa 1: meu lado negro, mas não necessariamente ruim. É meu momento down, com meus sentimentos mais chatos que são a carência paixão, aquilo platônico que não chega nem perto do amor, etc. É um perigo. Não posso ouvir as bandas "negras" quando estou de bem com a vida, senão caio num abismo em segundos. Geralmente essa causa está relacionada a certas pessoas, e tudo o que me lembra essa gente cai nessa dimensão. Metallica é o mais forte, como podem ver nos post relacionados. O Corvo tá na categoria musical por essa cena aqui. Nirvana tá nessa dimensão, mas não é relacionada a ninguém em especial, é mais quando to pra baixo com qualquer outra coisa, com a sociedade por exemplo.

Alternativa 2: é a mais recente das dimensões. É calmante e acolhedora, e combina com qualquer coisa que eu faça, não preciso estar necessariamente mal, sozinha ou coisa assim. Estão aqui todos os artistas nomeados "eruditos", de qualquer época, até os clássicos de hoje em dia, como Jocelyn Pook podem estar na lista. É muito bom, é meu eu culto físico.

Em nenhuma dessas dimensões há o mal real, perceberam? É porque evito terminantemente ouvir música quando estou muito mal. O que piora as coisas. Mas como a música é marcante pra mim, se eu ouvir ela numa fase razoavelmente boa, a odiarei para sempre, e não quero isso. Porém, posso estar tão mal que nem vontade de ouvir música eu tenho. Meu chamado tédio, meus maiores medos sociais etc. Uma dimensão vazia e aterradora.

Bom, é isso. Consegui, por fim, terminar esse texto e dar vida aos meus espaços e colori-los. Mas as coisas mudam, essa organização não é necessariamente definitiva.

8.8.10

Falem mal, mas falem de mim!

Algo que muito me incomodou até pouco tempo atrás, quando parei para analisar o assunto. O modismo.
Todo mundo sabe que o que eu gosto mesmo é um classic rock, do progressivo ao heavy metal e tudo o mais. Então é natural minha revolta com esses que se entitulam "happy-rock" -icso non ecziste!. Parando para lamentar essa nova onda colorida, magrela e desafinada, percebi umas coisas e formulei umas teorias a respeito.
Primeiro, como em todo e qualquer tema, é de suma e/ou total importância buscar os primórdios, porque a história é a base e geralmente a solução.
Vou falar sobre o que sei e vivo, o ROCK. Começou na década de 50, época de pais rígidos e controladores, e de filhos com vida já sistematizada desde o nascimento. Namorar só com supervisão e aceitação da família, enfim, era tudo limitado, cumprido e consequentemente normal, comum.  Portanto a chegada do bom e velho Rock'n Roll foi algo estrondoso, revolucionário e libertador.
Os pais provavelmente sentiam vergonha de seus vizinhos quando o filho andava por aí, contra os costumes. Isso tudo até pouco tempo atrás, porque esse filho fã de rock virou pai, e talvez seu filho tivesse se apaixonado pelo rock também, e o filho dele. E rock não é uma coisa da qual você abandona. Quando você sente que entrou, não tem como dar meia-volta (uma excessão é se você faz disso seu lema: "eu era do rock, agora sou evangélico" - conheço muitos assim), é infinito e imortal. Então tinha muito roqueiro por aí.
Bom, voltando, o rock foi uma bela ferramenta na construção de críticas à sociedade, um mecanismo que impulsionou seu seguidor a falar tudo o que sentia e que achava de errado - ou certo - no mundo. Uma revolução musical no sentido básico.
E o povo ouviu. E outros ritmos curtiram essa ideia (isso pode ser comprovado em canções de artistas da MPB, Bossa Nova e etc., na época da Ditadura).
Mas até aí tudo bem, o rock começou a ser aceito pela sociedade, virou forma de protesto. E o povo se acomodou. Não havia algo novo, era sempre uma reciclagem do ritmo original, fosse ele jazz, blues, disco. Mas viver na mesmice por muito tempo acaba gerando tédio, que vira melancolia, que vira tristeza.
Vendo que isso não era bom, que a coisa toda já estava necrosando, o povo começou a inventar merda. E qualquer porcaria seria aceita, porque o mundo estava desesperado de tanta morbidez. Chegaram forró de cabaré - preste atenção no forró original e essas versões novas, por mais que você não goste do ritmo você percebe que a coisa era boa no começo; estude as letras de Luis Gonzaga, por exemplo. Era história contada, literatura pura, narrando a vida do sertanejo (o puro sofredor do sertão nordestino). Era arte, quer você queira quer não. - sertanejo melódico, universitário (como tudo virou universitário, né gente?) emocore, os extintos from UK e por fim os temidos coloridos.
Só pra constar, o povo gosta de um bafafá, esse negocio de "fora preconceito" (no sentido social e não racial e/ou sexual -ficou claro isso?) é caô, ser humano quer porque quer ser o centro das atenções, quer ser apontado nas ruas e ser "o cara", seja para o bem ou para o mal. Foi daí que esse povo veio. 
Algum pobre coitado deve ter  perdido a vergonha na cara e foi lá, sem o menor talento, cantar alguma babaquice clichê e melódica. O cara tinha franja, cabelo "tigela"  e aparentava ter uns 13 anos. Não cantava bem, mas quem o viu teve pena, mas tanta pena que começou a achá-lo fofinho. E por achá-lo tão fofo, se apaixonou. A coisa virou assunto. O cara teve mais fãs, e, consequentemente odiadores. "Se esse palhaço faz qualquer porcaria e ganha as gatinhas assim, fácil, não vou ficar aqui chupando o dedo" - uns invejosos pensaram. A coisa triplicou. Mas aí, os coitados dos nerds/cdf's ou excluídos que queriam ser  sempre do grupo, não queriam ser deixados pra trás mais uma vez. Mesmo achando aquilo tudo idiota - porque eram lúcidos - eles se forçaram a gostar, empurraram guela abaixo. Quem sobrou, sobrou. Não adiantava lutar contra. Era um vírus incurável. Uma verdadeira pandemia incontrolável. Quanto mais estranho e sem talento, melhor. Não importa o que você diga, é só você fingir, fazer cara de dó. Você consegue tudo. E o melhor: todos estarão olhando pra você, bem ou mal você é a novidade e está adorando isso.
Mas o tempo passa, meu amigo. E o diferente agora é normal. Muitos estão voltando ao passado, outros provavelmente encavernados fazendo planos diabólicos para um futuro incerto, tentando fazer algo novo e arrebatador. E quando isso finalmente ficar pronto, esqueçam, coloridos, para bem ou para mal vocês serão esquecidos. Outro vírus tão ruim ou pior virá e detruirá próximas gerações. Tanto que o que vier de bom vai ser expremido num canto assim como foi aquela coisa toda original que vocês tentaram estragar dizendo que faziam parte: o rock. VOCÊS NÃO SÃO E NUNCA SERÃO ROCK, porque não entendem seu significado nem vivem isso. Ele é imortal porque é muito, mas muito forte, por ter toda uma história, um objetivo, um sentimento como base. Agora vocês e os próximos que virão, são e serão modas passageiras, algo descartável e fraco. Porque não fazem bem feito, fazem qualquer merda maquiada e promovem. É tudo parte de um ciclo vicioso e sem cura. Vocês seram assunto essa semana, e semana que vem talvez ninguém mais lembre de vocês.
Tento respeitar quem segue modismos, porque um dia essa pessoa provavelmente vai parar e olhar pra trás sentindo vergonha de sua adolescência disperdiçada com algo tão fútil. Ou não, pois tudo é relativo. Cada um tem seu tempo pra abrir seus olhos, não importante o caminho que esteja visualizando. O meu já disse tanto aqui que nem preciso repetir. Se você sabe o que eu estuo querendo dizer, sabe que não tem volta e que eu estou de olhos bem abertos e caminhando pra onde escolhi.
Mas sempre vai ter alguém super-carente que acha importante ser o tema de tudo. "Falem Mal, mas falem de Mim" será seu lema e "Hey! Estou aqui!" será sua súplica.

2.8.10

Surpresas

Quase um mês que não passo por aqui. Não por falta de vontade, estava quase que literalmente pedindo à Deus pra me mandar muita inspiração e/ou assunto. Mas acabou que os assuntos que vieram não cabiam aqui, não eram deste gênero bloguístico e acabaram espalhados pelo tumblr e fotolog.
Agora venho aqui porque estava inspirada para um tumblr e acabou que na hora em que abri a página de postagem puf! sumiu. Mas tudo bem. Outros fatos me trouxeram pra cá. As surpresas.
Desde mais ou menos o dia do meu aniversário, no último dia seis (deveria ter postado aqui), são só surpresas que me encontram pelo caminho da vida.
Primeiro a festa né, que foi maravilhosa, com dança, palhaçada, muita risada e choro (que vergonha), depois (na verdade fora antes, no mesmo dia) o suicídio, alguns sonhos postados também no tumblr (agradabilíssimos diga-se de passagem), minha quase-ida ao show do Bon Jovi, etc, e as boas novas que minha irmã veio a me contar hoje (que não vem ao caso). Isto tudo me deu vontade de falar.
Na verdade odeio surpresas, mas estas juntas formam uma surpresa só que as envolve: a surpresa que eu tive de não odiar de todo surpresas.
Mesmo rotineira, minha vida está ganhando novos temperos dia após dia e, mesmo que sejam temperos "estragados", estou sabendo lidar com isto e aprender algo novo, também a contornar a situação.
Descobri finalmente que o que gosto mesmo é de escrever. Não que eu venha a ser escritora, meu curso e bacharéu de História ainda estão de pé. Porque História pra mim é maior que tudo. É minha vida inteira.
Reencontrei pessoas que há muito não via, senti saudade de outras, ciúme de mais algumas, impaciência, paixão, desejo e outras coisas mais. Muito intensamente.
Me orgulhei do que fiz, percebi que mudei, que finalmente estou do jeitinho que sempre quis. Percebi também que 18 anos não significa praticamente nada. Nada social pelo menos. Porque me sinto com um pé fora da adolescência. Mas ainda me resta a dúvida: "será que ainda terei dúvidas e opiniões tão móveis?". 
Mesmo me sentindo mais madura, continuo a crer que ainda sou aquela pequena amante dos desenhos animados. Porque ainda sou. E pretendo ser por todo o sempre.
Me orgulho tanto do que ouço, e do que estes sons me proporcionam. Das minhas opiniões, de como as modifico e de como consigo aperfeiçoá-las.
De como me livrei de coisas banais, de como numa hora estou prestes a desistir de tudo e n'outra estou a mil planejando coisas.
De como necessito de meus amigos e de como eles são tão melhores pessoalmente.
Parece até que comecei a perceber a vida agora, e isto é enorme, brilhante e bela surpresa.

7.7.10

Matheus

Aquele bairro já não é mais o mesmo. E só não é silêncio puro porque alguns ainda cochicham pelos cantos sobre o mesmo assunto: Matheus.
Aluno típico, daqueles pimentinhas que sabem se comportar quando é necessário. Com um irmão gêmeo não muito parecido, e um irmão mais velho aplicado nas notas.
Se enforca.
Não morre. Ainda.
Boatos dizem que após uma briga familiar, Matheus vai para o quarto, pega uma gravata e se pendura na beliche. Já não é a primeira vez.
Gabriel, seu gêmeo o encontra (lembrando que são os cochichos que afirmam isto). É levado ao hospital mas não resiste.
13 anos.
O que faz esta criança cometer suicídio? UMA CRIANÇA! Não sei de toda a verdade nem quero ser dona da razão, mas muitos concordam comigo que há algo errado na família. Porque ninguém toma decisão tão drástica, ainda mais nesta idade, por um assunto qualquer. No mínimo era maltratado em casa, verbalmente ou não.
Ontem Matheus foi protagonista de meus pensamentos (deveria ser eu mesma, já que foi meu aniversário), fui praticamente sua professora. O via todos os dias esperançoso em usar a internet no Laborátorio de minha responsabilidade. Nem sempre deixava ou era carinhosa com ele, pois existem regras e limites. Mas sabia que era um bom menino, gostava dele.
A última vez que o vi foi semana passada se não me engano, o ajudei a destravar o computador. 
Não participei muito de sua vida mas fiquei dolorida por ele. E ainda estou, por ver professores criando teorias sobre o motivo (o qual também estou criando), tentando não comentar, falando baixo como se fosse imperdoável falar normalmente. Mas o pior é ver sua foto sendo multiplicada em sites por aí, "LUTO" aparecendo em perfis de desconhecidos ou menos chegados. Quantas pessoas que o maltratavam não estão fazendo isto agora? Pessoas que nem sabem seu nome, só ouvem do vizinho e repassam como na brincadeira "Telefone Sem Fio" e não dão a menor importância ao acontecido, e na verdade só querem popularidade ao falar do assunto. É isto que me mata. A HIPOCRISIA destes papa-defuntos. Foi a mesma coisa com aquela oriental atropelada na avenida.
Papai me surpreendeu ao deixar escapar lágrimas e frases de lamento, acendendo uma vela e pedindo à Deus que Matheus siga em paz, a paz que não encontrou aqui.
É o que espero. Matheus fez isto basicamente por não aguentar este mundo estranho e sádico em que vivemos. Este mundo egoísta, capitalista, invejoso e irado. E não acho isto uma covardia. É muita coragem tomar uma decisão drástica, uma decisão onde não se pode voltar atrás. Teve coragem de pagar o pedágio de um caminho desconhecido, obscuro e totalmente às cegas.
Pela sua coragem, seu sofrimento e sua busca de um lugar melhor, Matheus, lhe ofereço estas palavras. Não posso dizer que te amo, que sempre te adorei porque estaria sendo pouco sincera. Mas sempre senti um carinho por você, nunca tive nada contra.
Se lembra que me chamastes de "Bela a Feia" uma vez? Sempre fora um elogio e guardo aquela conversa com carinho desde que ela aconteceu. Fica com Deus, menino.
Baby, essa estrada
é comprida
Ela não tem saída
É hora de acordar
Pra ver o galo cantar
Pro mundo inteiro escutar
"Cachorro-Urubu" - Raul Seixas
 Tantas palavras de Raulzito se encaixam com a situação...

28.6.10

Love or not Love?


Ame a pessoa que viu você quando você era invisível. Difícil. Porque poucas pessoas te enxergam em sua invisibilidade. Porque poucas pessoas antes mesmo de te conhecer resolvem te ajudar, te apoiar, te tratar como um objetivo de boas ações.

Pra mim não é difícil retribuir a pessoa que me enxerga. O difícil é saber se é amor. Talvez não, nunca é. Sempre acaba em raiva, desprezo, compaixão. E não quero sentir nada disso por ele. Ele me viu, naquele primeiro dia, em meio a tantas outras 20, 30, 50... Segurou em minha mão para que eu participasse. Relutante cedi, mas na ocasião seguinte fui extremamente infantil.
1x1
Depois, ele foi mais inteligente: antes mesmo que eu sequer pensasse em me rebelar novamente, me intimou. Olhou fundo em meus olhos, segurou-me e confessou que eu era seu objetivo. O que significa que eu fora observada, analisada, conversada, protagonista de uma mente desconhecida que ansiava-me por perto.
2x1
E nessa briga de gato e rato comecei a admirá-lo. Por sua insistência em mim, em se importar comigo. De imediato. Participei. Mas nem sempre.
2x2
E seguiu no 3x2, 3x3, 4x3... Mas descobri algo que me fez passar nesse jogo. Algo não tão bom, que não sei se é de fato verdade, mas que me fez fugir um dia e parar nos outros. Foi isso mesmo? Ou apenas o fato "visível" a todos não agradava-me? Não sei. Se eu falar que foi o que descobri, isto mostra ciúme, preocupação e vingança. Se não participo talvez ele pense mais em mim, não? De que importa? Sei que isto acaba, sempre acaba. E da pior maneira: ferindo-me. Masoquismo? Talvez.
Agora um segredo: sempre antes de dormir procuro imaginar cenários e personagens perfeitos, situações que eu gostaria de ter coragem de fazer acontecer. É minha canção de ninar. Ultimamente ele está lá. Não deveria estar, porque isto fará com que se apague sua forma real de ser. Ele ficará invisível. Mas eu não tenho a coragem da iniciativa como ele teve. Ele é forte, sabia que eu poderia fugir dele e nunca entrar neste jogo. Mas ele foi mesmo assim, e conseguiu. Porque persistiu.
E não sei mais o que é real. O que é de fato a minha opinião e meu sentimento. Cozinhei tudo ao mesmo tempo e vou levando isto em banho-maria. Penso que quero levar adiante até o último dia que nos encontrarmos. E está perto. Falta metade.
Se não é amor por que Diabos me importo? Por que quero fazer de tudo pra que ele ganhe esse jogo? Quando passo à sua frente sinto-me perdida, sem saber para onde ir. Quero anular meu ponto imediatamente e se possível fazê-lo ganhar dois seguidos, mas já é tarde, pelo menos quero que seja tarde. Me posiciono de uma maneira que quero vencer, mas quero mais perder. Mas não me liberto e assumo a derrota. É o orgulho. Bem camuflado ali naquele canto, mas é ele. Reconheço-o.
Queria que fosse amor, não gratidão. Cansei de conhecer os desamores, estes clichês maltratantes e sádicos. Mas aquela descoberta quase-verdadeira me impede e também quero que não seja amor, mas gratidão. Só que se for gratidão isto mostra que estou tentando esquecer o Imperdoável e não sendo grata por ser enxergada. Ele não merece. E a imperdoável seria eu.
Tenho mais medo ainda que, redigindo isto para o real, se torne invisível. E mais, que se torne esquecido e vazio. Porque ao escrever mato tudo o que tinha e vira apenas uma história.

25.6.10

Amadurecimento

Ontem ocorreram dois fatos que me fizeram perceber algumas coisas. Tentarei desenvolver o máximo possível neste post, porque é tanta informação ao mesmo tempo que nos textos ainda não estão prontos em minha mente, apenas palavras (como tags) gritam pedindo para serem escritas.

Pois bem, o primeiro fato que me ocorreu foi uma revolta da sala inteira contra uma professora porque ela abaixou a nota por ver os trabalhos todos com falhas. Num dia normal eu faria o maior barraco (não com a professora, mas a xingaria muito no twitter), ficaria revoltada com a vida e diria que tudo fosse para o inferno. Mas eu estava preparada, havia tomado uma overdose de John Frusciante à tarde (fazendo o tal trabalho) e consegui me manter no controle. Um outro motivo foi o tema do trabalho: Linha do tempo da Alemanha - amo esse país com todas as minhas forças!

Me manter no controle me fez enxergar o amadurecimento. Qual o problema de uma nota inferior? Estava tão apaixonada pelo meu trabalho que entreguei assim mesmo, ainda pedindo quase de joelhos (exagero) para a professora devolver-me quando corrigir. E eu sei porque ficou tão maravilhoso: John... (falando nisso, havia sonhado com ele naquela madrugada).

O segundo fato foi a minha língua comprida. Uma coisa que devo ter puxado da minha família fofoqueira. Uma coisa natural (veja bem, não sou fofoqueira, mas extremamente julgadora), que normalmente alguém que estivesse na minha posição quisesse corrigir pois classificaria como defeito. Defeito é sim, mas minha percepção defeitos devem ser mantidos, porque é uma característica única, e se você muda isso, pelo menos se muda irreversivelmente, você já não é mais o mesmo, é outro. E gosto de manter a originalidade das coisas. Sou contra mudanças bruscas e transformações drásticas (seria a mesma coisa?).

Voltando, eu critiquei a atitude de uma colega de escola. E ainda abomino o fato mesmo que digam, que pensem, que falem (deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem?) o contrário. Pra mim é inaceitável e pronto. E para me manter com a razão e a impor ao mundo, vou criticar essas abominações de maneira diferente, a qual eu já fazia, mas agora será 100%. Irei diminuir minha língua e fazer crescer meus dedos. Sim, a melhor maneira de me revolucionar é com minhas mãos gordinhas de borracha/massinha (apelido dos amigos). Escrever o que sinto, o que penso. E desenhar o que desconfio que sinto e o que não é interpretado por palavras ainda.

É outra forma de amadurecimento. Meu defeito continuará, mas sua trajetória se dará por um caminho alternativo. Manterei minha essência. E já comecei, concluindo meu trabalho de Educação Física (pivô da picuinha maldosa) da maneira mais próxima do que se pode chamar de perfeito. Posso estar sendo 0% modesta, mas eu gostei, aprovei e me orgulhei de ter escrito aquilo. E bate de frente com as ações que muito reprovei daquela garota. E para ter certeza de que ela não mudaria nem sabotaria minha conclusão, enviei diretamente ao professor. O que causou uma terceira conclusão e uma frase (bônus!):

Percebi que isto de "aprender com os erros" não é tão simples quanto parece. Se você aprende, já não foi um erro. Foi uma consequência. E a frase é curta mas diz tudo (amei a frase, então para mim está certa e me orgulho dela também):

NÃO EXISTEM ERROS, APENAS AQUELE FATO TEM QUE OCORRER PARA O CRESCIMENTO DA MENTE E DA VISÃO SOBRE O MUNDO POSSAM ACONTECER. Helen Araújo

Podemos amadurecer e voltar à imaturidade no mesmo assunto? Sinto que sim, ou então nunca amadurecemos. Podemos nos esquecer do que vivenciamos e aprendemos, e voltar a seguir o caminho antigo. Exemplo: eu posso voltar a esticar minha língua. Mas quando perceber que estou naquele sentido, volto atrás e vou alternar meus passos. Isto é algo (esqueci-me da palavra) infinito e repetitivo. E não é errado. É humano.

Talvez eu tenha visto tantas coisas daquele outro lado, porque alguém me fez virar o rosto e ver além. John...

21.6.10

CALEM A BOCA VOCÊS!

Hoje cheguei toda alegre no twitter, finalmente com vontade de ficar até enjoar. Aí vi os Trending Topics. Como assim CALA BOCA TADEU SHMIDT? Confesso que sou fã daquele cara, pra mim ele e Tiago Leifert tem uma maneira divertidíssima de prender a atenção e nos fazer gostar mais de futebol. Pelo menos comigo foi assim. E não venha me dizer que é porque o Leifert é gatinho e coisa e tal mas é mesmo que eu não sou tão fútil assim. Enfim, fui pesquisar e encontrei isto:
O técnico Dunga proibiu a imprensa nos treinamentos  e até mesmo exclusivas pré combinadas entre Globo e Ricardo Teixeira, o que resultou em um ataque direto dos meios de comunicação da Rede Globo contra a fama do técnico.
A gota d’água foi quando o jornalista Alex Escobar ironizou o técnico durante a entrevista coletiva após a vitória de 3 x 1 sobre a Costa do Marfim, Dunga chamou Alex de cagão e de merda.




Em seguida, no programa Central da Copa, a TV Globo usando jogo de imagens e depoimentos tentou se passar por coitadinha e jogar a audiência contra Dunga, o que resultou no contrário e da declaração do irmão de Oscar nasceu o:CALA BOCA TADEU SCHMIDT
Não vim aqui para apoiar Globo e Tadeu, mesmo sendo fã dele (admito). Vim aqui questionar a atitude dos que apoiam o CALA BOCA TADEU. Pois bem, estão defendendo Dunga, dizendo que a Globo pode falar o que quiser sobre ele, e ele não tem direito de resposta. Ok, concordo. Mas pensa bem, quem não é assim? "Eu posso, você não pode!".

Todo mundo quer ser o melhor e o justo, todos querem ter a razão. Se o CALA BOCA está nos trending topics, obviamente milhares (ou milhões) de pessoas contribuiram para isto. Mas me lembro muito bem, que na época da convocação o Dunga também estava lá. "Idiota! Burro! [...]" Provavelmente quem xingou Dunga está calando Tadeu também. QUER DIZER QUE VOCÊS PODEM FALAR MAL DO DUNGA E TADEU NÃO?


O que é isso? Não é a mesma coisa pela qual vocês estão protestando contra? Só porque o Brasil está indo razoavelmente bem na copa viraram a casaca? Não xinguei Dunga, só fiquei muito contrariada por Ganso não ir, mas se a seleção está bem na copa, ótimo.

Não ligo se xingam o Dunga, porque se Brasil for HEXA vão se calar rapidinho e voltar com o rabo entre as pernas. Agora xingar e depois defender é muita hipocrisia na minha opinião. Quem faz isso não sabe olhar pra trás e ver que julgou também quem defende agora. Que cometeu o mesmo erro das pessoas que estão na forca (vulgo TT's). Fizesse CALA BOCA GLOBO e não só o Tadeu. As pessoas que fazem isso não estão prestando atenção no que dizem.

Imagina a quantidade de CALA BOCAs úteis que poderíamos fazer crescer mundialmente (mais que Galvão)! CALA BOCA ESTUPRADORES, CALA BOCA RACISTAS, CALA BOCA GUERRILHEIROS, CALA BOCA JUSTIN BIEBER (risos) e milhares mais...

Estamos nos concentrando demais numa coisa só, que não muda a vida de ninguém, e perdendo precioso tempo para fazer o certo. Estamos muito frouxos SIM! Cadê o espírito revolucionário dos jovens que viveram a ditadura? OS JOVENS DE AGORA SÓ SABEM COÇAR E FOFOCAR.

Te interessa realmente quem xinga quem? TODOS sabemos que jornalismo nunca é puro e sincero, nem sempre é do bem. A vida é assim. Poderíamos gastar nossas energias e nosso CALA BOCA com problemas graves de verdade. Tenho vergonha de ter nascido neste tempo, vergonha de viver ao lado de vocês.

CALEM A BOCA VOCÊS!

Fiquei enrubescida ao ver ali "CALA BOCA GUERRILHEIROS", vejam só vocês, um ano depois e já mudei tanto. Nunca fui contra guerrilheiros realmente, e agora não me lembro se estava sendo quando escrevi esta frase. O fato é que, este trecho é totalmente contra o que sou agora e não acredito em mim mesma, vejo que desconheço a Eu do passado. Não é vergonha, ou desgosto, é um soco nos meus princípios atuais.  - 27/07/11

26.5.10

INSiDE

Quem diria que eu, depois de tanto espernear pelo wordpress, voltasse para o blogspot? Nem eu mesma imaginava, acreditem. Acho que meus posts ficaram menos frequentes por causa da mudança, até. Mas enfim, não vim aqui para falar disso. Vim falar sobre um filme maravilhoso que vi há pouco, ainda hoje. E nem percebi que vi. Como assim não percebeu? isto não faz sentido! -você diz. Simplesmente porque é um curta. De menos de 6 minutos. Eu, como só fui pegando o título e buscando o vídeo toda estabanada, não observei a duração, e minutos depois, quando já havia me esquecido de onde tinha achado essa raríssima obra, me dei conta de que já o tinha visto e deveria mudar meu "Quero Ver" para "Já vi - 1 vez" e marcar as 5 (muito merecidas) estrelas no filmow, local onde encontrei.
Não há legenda infelizmente, mas se você souber pelo menos o básico do inglês dá pra entender muito bem. 
O filme tem como protagonista o ator Jeremy Sisto (pra quem não sabe ele é Jesus naquela minissérie -que foi compactada pra filme- que passava na globo em todo feriado santo e agora é da Band) e foi dirigido por Trevor Sands (não faço a mínima ideia de quem seja - nem o filmow). Mas não é por ser desconhecido e pouco divulgado e/ou aclamado que é ruim. É do tipo de filme que realmente foi feito para poucos, para aqueles mais "abertos" para os sentimentos, para as questões incompreensíveis e, principalmente, para a arte.

Sinopse:
Daniel é interrogado em uma clínica psiquiátrica. O que há por trás da mente humana? Quais os segredos da mente humana? O que acontece quando se provoca uma pessoa que não consegue se manter no controle?
Direção/Roteiro: Trevor Sands
Elenco:
Jeremy Sisto (Daniel); Matt Nolan (Joey); Tom Griffiths (Thomas); Evan Helmuth (Pierce); Megahn Perry (Mary); Michael Cornacchia (Owen); Alexandra Brandl (Beth); Michael Bailey Smith (Bo); Reedy Gibbs (Dr. Jane); Ric Sarabia (Harris)

Assista o filme, AQUI E AGORA!


Até mais. Não se esqueçam de comentar, opinar.

8.5.10

Educação Física


Vou falar aqui sobre uma coisa inédita que aconteceu comigo, em todos esses anos em que estudo. Perdoem MESMO o post enorme, mas é que quando estou a fim de escrever eu passo dos limites.

Sempre odiei educação física, pelo simples motivo de que eu era péssima nas atividades e isso era vergonhoso para a "nerd" da classe. Enfim, foi assim por 7 anos, eu nem sempre participava das aulas, e quando participava não era tão agradável assim (só nos jogos de futsal na 7ª e 8ª série, onde diziam que eu era uma boa zagueira - ainda tenho minhas dúvidas sobre isso).

Nos 1º e 2º anos do Ensino Médio passei a "fugir" das aulas, já que eram nos fins de semana, eu marcava presença e corria pra feira ou andava pelo bairro com as amigas. Mas esse ano foi diferente. O professor era do tipo que eu odiava: ele dava aula, custe o que custar e fazia a chamada com portão trancado. Perdi a primeira aula e passei uma semana pensando numa boa desculpa de não fazer, mas não teve jeito. A única forma de ter notas razoáveis e presença era ficar naquela quadra mesmo que sentada num canto.

Na segunda semana cheguei com aquela cara de "ai que saco", fiz uns alongamentos e fiquei quieta num canto com umas 5 amigas. O professor perguntou diversas vezes se a gente não queria participar, e a resposta foi "não" em todas elas.

Na terceira semana, ao chegar o professor olhou pra mim -pequeno detalhe: ele é lindo, atraente com aqueles maravilhosos olhos azuis e aquela barba castanha cada vez maior-, segurou nos meus ombros e disse:

"Olha nos meus olhos! Você...eu sonhei com você a semana toda! Pensei 'Como fazer essa menina gostar de educação física?'! Você é meu objetivo esse ano, a minha meta!"

Daqui pra frente, o post ficará gigante pela riqueza de detalhes. Se tiver sem paciência é melhor parar por aqui. Se estiver curioso(a) clique abaixo para continuar.


Eu, tímida (mesmo sendo tão pervertida lá no fundo), fiquei vermelha. Mas gostei, e até fiz um pouco da aula. No final, ele disse à todos que tinha cumprido uma meta, que ele e a pessoa de quem se tratava sabiam quem era e etc.

Na aula seguinte não fiz, por não querer mesmo. Na outra tive capacitação e não pude ir (o que me deixou desapontada). Depois não fiz novamente (me arrependi). No outro sábado foi feriado e hoje... Hoje foi MUITO BOM!

Parte fútil da história - ele estava mais bonito hoje, com a barba muito maior - e bem feita, presumo que ele a deixe assim ou que cresça ainda mais, do jeito que adoro -.

Parte importante da história - Ele perguntou uma coisa e eu (que não sou das mais ativas) respondi corretamente -modéstia totalmente a parte-. Estamos estudando Jogos Cooperativos. Fiz 2 dos 3 jogos ainda com receio, prometendo que se não gostasse não faria. O primeiro era dar as mãos. Direita para uma colega do grupo e esquerda pra outra, formando um nó. Depois tinha que desatar esse nó SEM soltar as mãos. Foi bem legal, meu grupo conseguiu das duas vezes. O segundo era um barco e coisa e tal, um pouco mais complicado, onde o grupo era maior, até a sala toda formar um grupo só. Problema: algumas garotas começaram a dar ordens. Impor sabe? (Quem lembra de o Dicésar chorando pela impaciência da Lia numa prova de comida? BBB10, chato eu sei, mas as meninas agiram da mesma forma) Eu já estava quase desistindo da porcaria do jogo, uma coisa que não admito é alguém me dar ordens sem ter classe e poder pra isso. Não participei da terceira parte por isso, não queria trombar com uma dessas rainhazinhas de nariz em pé.

No fim da aula eu queria dar tchau ao professor, mas umas alunas estavam se jogando em cima dele. Fui andando devagar até o portão quando ouvi: "Hey, cade a minha amiguinha?" Olhei pra ele, estava falando de mim mesmo. Sorri e ele falou "E aí, ganhei (de) você novamente? Não foi legal?" Respondi que sim, que não teve 100% de cooperativismo, mas ok, pelo menos teve e ele disse "É, ta vendo? Elas tão começando a cooperar". Perguntou de uma amiga minha que faltou, depois dei tchau e fui embora.

Você deve estar pensando que estou caidinha por ele né? Pra dar tanto detalhe do que ele fala e faz. Mas não. É importante pra mim, mas de outra forma: esse professor acredita em mim, acha que sou capaz assim como minhas amigas nerds (sem ofensa queridas! Também sou!). É um professor que acredita que dar aula vai mudar a vida dos(as) alunos(as). Tem o espírito jovem, com sede de trabalho e essa coisa bonita que cresce em raros educadores (um outro exemplo é o professor João Paulo, depois falarei dele aqui). É do tipo que admiro muito, do tipo que vai deixar muita saudade. Afinal ele conseguiu o impossível: me fazer sorrir uma aula toda, me arrepender de não participar de uma aula e principalmente: de gostar da educação física.

OBRIGADA PROFESSOR RODRIGO!

5.4.10

Sentimentalismos e Frustrações

Sim, porque também sou filha de Deus. Posso me magoar, posso chorar, posso amar. Não sou só a garota boa em matemática que te ajuda nas provas (apesar de ultimamente acontecer o contrário), que te informa, que te faz rir (será que você ri mesmo, ou faz parte do protocolo?). Sou humana e defeituosa.


Ando percebendo que muitas vezes o que eu digo não tem tanta importância, vocês, "amigos", me ouvem, me lêem mas não dizem nada a respeito. Minha irmã consegue falar "Helen, ninguém quer saber, você repete as mesmas coisas sem interesse". Eu me irrito, mas me calo. Se eu incomodo vocês, criem vergonha na cara coragem e digam, façam como minha irmã de 11 anos que parece ser muito mais sincera que vocês, quase adultos.


Esse é apenas um dos desabafos. Talvez eu esteja na TPM, por isso este post maldito. Mas é quando estou de TPM que vejo as coisas de maneira mais clara e crítica. Agora vamos lá:


Quem se lembra desse post aqui? Pois bem. Como disse nele, dou muita importância a Tiago. Mas esse post foi uma droga! Porque com ele, com a música, as concepções e análises que fiz só fez aumentar a minha dor. Sim, dor. Não é amor, não é paixão (eca, parece letra de pagode, af), não é compaixão, nem atração mais. É masoquismo. SIM, meus companheiros, a famosinha palavra doentia. MASOQUISMO. O que mais poderia ser? Ter prazer em ver uma pessoa que sem falar um "ai", sem lançar um olhar ou sorriso sequer acaba matando, cortando, sufocando você é ou não é ter prazer na dor? Torço pra não vê-lo porque sei que vai doer. E muito. Torço para vê-lo porque mesmo que doa demais, há um pouquinho de felicidade esmagada no meio de tanto horror.


O que meus amigos pensam disso? UMA PIADA. Evito falar, mas se eu não falo posso explodir. Então ao envés de ficar calada falo disso o tempo todo. Não me desculpo com vocês, porque a culpa não é minha de ter nascido chata como a minha mãe, a culpa é de vocês, senhoras e senhores que fingem dar trela pra minhas palavras. Gritem comigo, que eu aguento. Agora não me deixem falando sozinha! É horrível!


Voltando ao assunto principal, eu não sei o que fazer. Eu gosto e odeio, sangro e pulo por dentro, isso é incabível, não faz sentido nenhum! Estou totalmente perdida e não há ninguém que me salve. Não existe alguém que me possa dar os conselhos certos. Ninguém, nem eu mesma. Vou continuar nesse meu vício, meu masoquismo, e tentar não falar mais sobre. Ora, quanta tolice! Como se eu fosse conseguir!




Hoje aconteceu. De longe vi aquela pessoa alta e de passos firmes, andando na chuva sem se preocupar se estava se molhando ou não. Afinal, Nothing Else Matters (trocadilho). "Que não seja ele, por favor! Ah não, não é ele droga. Ah é sim!" Chegando mais perto, olha no relógio e fica atento aos carros passando, pra poder atravessar a avenida. Passamos um pelo outro a centímetros de distância, eu, em choque, apertei o passo e nem virei pra trás para vê-lo de longe. E nem sei se ele virou também. Não importa. Já começou a doer, é tarde.



Como uma adolescente quase normal que sou, na primeira brecha fui correndo contar pra alguém. Mas ela não se interessou, afinal, não importa não é mesmo? Nada do que a Helen diz é importante para o mundo, logo, o mundo que a vê como uma idiota, pensa que ela não vai se importar de ser ignorada mais uma vez. E assim a vida segue. Os poucos momentos de alegria e tristeza que tenho não servem pra nada. As poucas pessoas que eu achava que se importavam são atores e atrizes (péssimos por sinal) que gostam de estar em cena toda vez que eu peço atenção. E eu percebo que sim, sou também Imperdoável, porque não consigo mudar, porque também atuo de alguma forma. Percebo mais: que ainda não existe, ou não se apresentou tal pessoa que aguente minhas teorias, análises, meu drama, minha tagarelice. Se apresente senhor/senhora. Preciso de alguém.


1.4.10

The Unforgiven

Talvez eu me arrependa um dia do que vá dizer agora, mas sinto que é preciso. Talvez não me expresse muito bem, tanto por falta de tempo quanto por falta de organização na minha cabeça, então me perdoem.

Alguns (poucos) sabem sobre fulano e sabem o que ele causou ano passado. Mas vou resumir pra tudo isso ter sentido.

Ano passado eu conheci esse cara, roqueiro fã assumidissimo de Metallica, bruto e sem sentido. Daqueles roqueiros que relatei aqui. Fiquei atraída por ele, confesso. Mas doentiamente. Eu, apesar de vê-lo maltratar meus amigos (que não estavam nem se importando), não conseguia parar. Sentia que o olhar dele não correspondia com seus atos. Um olhar meigo, quase que infantil, de criança que precisa de carinho, bons tratos etc., e não um olhar de machão homofóbico e covarde como ele demonstra até hoje ser. Acho que continuei lhe dando atenção por isso. Porque sentia que ele tinha algo a mais escondido bem lá no fundo. Nunca senti isso, nunca "decifrei" olhares, mas com ele era tão visível quanto como se tivesse uma legenda em letras legíveis.

Com o tempo cansei de suas atitudes e achei que tudo isso era bobagem, que ele era de fato um imbecil e não tinha nada de bom. Ok, depois disso o ano chegou ao fim e ele sumiu da escola, aparecendo casualmente pelas ruas do bairro.

Nunca parei de pensar nele, mesmo assim. Não sou uma apaixonada boba, não é amor platônico nem nada disso. É atração, intriga, curiosidade. Ele me deixou confusa com isso que sentia, e mesmo tendo desistido ele não sumiu de minha mente.

Voltei a vê-lo com mais frequência, mas evitava olhar por muito tempo, para que não viesse a me "enfeitiçar" novamente. Foi inútil.

Com esse tempo que perdi ao fazê-lo importante, descobri que Metallica é uma banda muito foda boa e passei a ouvir. Não só por ele, mas por Flea, dos Chili Peppers que havia entregue um prêmio à eles há pouco tempo atrás, e porque fiquei curiosa: todo bendito metaleiro AMA essa banda!  Também por minha amiga Lohayne me mandar One e Nothing Else Matters pra ouvir no trabalho.

Ontem acordei com uma sede de Metallica, uma vontade estonteante de ouvir The Unforgiven (que digo e repito: é minha favorita!). Ok, ouvi mais de 20 vezes com toda a certeza, e peguei a cifra pra tocar (estou me saindo bem até, acordei pra arte de tocar Kiss meu violão ). Mas não conhecia a tradução.

Hoje vi a letra e um trecho me fez parar, como se uma barra de chumbo atingisse minha cabeça:


Nunca transpareceu no que eu mostrava

Nunca ser, nunca ver

Jamais verei o que poderia ser

O que eu senti, O que eu soube

Nunca transpareceu no que eu mostrava

Nunca livre, Nunca eu (mesmo)

Então eu nomeio-o o imperdoável

Eles dedicam as suas vidas

Para acabar com a dele

Ele tenta agradá-los

Este homem amargo

Por toda a sua vida

Constantemente batalha

Esta luta que ele não pode vencer

Um homem cansado que eles veem não liga mais

O velhote então prepara-se

Para morrer cheio de arrependimentos

Este velhote aqui... sou eu

Preciso explicar? Algo em mim diz que essa é toda a resposta que eu busquei o ano passado inteiro. Cada palavra, cada significado. Esse garoto é quem demonstra ser por querer ser "alguém" apenas. É como se ele viesse de um futuro distante soprar essas palavras em meus ouvidos, totalmente arrependido e dolorido, pedindo-me ajuda. E o mistério acaba aqui, nessa fodissima maravilhosa música que me faz sangrar (não literalmente). Se acharem coincidencia, sem sentido, que seja. Pra mim é isso, eu não só provo como sinto e sei que sei. Heavy (como é assim chamado por mim) é O IMPERDOÁVEL.































































unca transpareceu no que eu mostrava
Nunca ser, nunca ver
Jamais verei o que poderia ser
O que eu senti, O que eu soube
Nunca transpareceu no que eu mostrava
Nunca livre, Nunca eu (mesmo)
Então eu nomeio-o o imperdoável
Eles dedicam as suas vidas
Para acabar com a dele
Ele tenta agradá-los
Este homem amargo
Por toda a sua vida
Constantemente batalha
Esta luta que ele não pode vencer
Um homem cansado que eles veem não liga mais
O velhote então prepara-se
Para morrer cheio de arrependimentos
Este velhote aqui... sou eu

13.3.10

Roqueiros de Verdade

Não tem as atitudes desses de quem vou comentar. Bom, mas deixa eu começar do começo, atitude mais que plausível haha.


Anteontem voltava da escola com os amigos e ao mesmo tempo em que conversava com eles também observava certos 7 "roqueiros" numa bagunça. Não, não vou reclamar de sua bagunça, até porque meus amigos e eu somos tão escandalosos quanto, ou até mais.


Também não vou falar dos atos de fumar, beber, se afastar de pessoas pelo estilo e etc. Porque é absolutamente normal esperar isso de qualquer um, porque também tenho meu preconceito contra emos, pagodeiros, funkeiros, axezeiros e etc (só não os insulto, respeito seu gosto oras!). Não sou contra qualquer droga porque pra mim usa quem quer, e isso deveria ser liberado.


O problema de fato é: esses "roqueiros" estão convencidos de que só eles podem curtir rock, só eles sabem o que o Rock'n Roll é de verdade. Quer dizer que se eu ando com emos, nerds, "ecléticos" não curto rock? Errado. Tão errado quanto insultar pessoas por seu estilo, cor, religião, ou qualquer coisa do tipo. Esses "roqueiros" se vestem com camisetas de Metallica, Black Sabbath, Ozzy Osbourne, Raul Seixas, Iron Maiden e se sentem "os caras" sentem que são os únicos do mundo que podem ouvir o que ouvem. Na verdade escutam né? Porque ouvir é algo mais profundo e complicado, coisa que não conhecem por serem tão superficiais.



Posso curtir rock a pouco tempo, posso não conhecer tantas bandas ou decorar nomes de seus integrantes. Posso não ter tantas camisetas, posso não ser uma rebelde-sem-causa. Mas pra mim o que é essencial para ser roqueiro é ouvir a música e entender o que aqueles caras que tão tocando querem transmitir. Não só decorar letras. Mas a melodia, o conjunto, a história. Às vezes não se tem palavras pra explicar o porquê daquilo, as vezes você não entende a letra e sim o som, que também contém suas informações. Às vezes não dá pra entender conscientemente, mas você sabe que a resposta e a explicação pr'aquilo tudo está no inconsciente. Você não precisa do externo e do material pra se considerar roqueiro, você tem que se sentir roqueiro porque compartilha informações, ideias, propósitos, sentimentos com os caras. Você os admira por conseguirem expressar na música exatamente aquilo que você pensava que era inexplicável e só você no mundo sentia ou acreditava.


Você não precisa insultar, gritar, roubar, se fazer de mau, usar somente preto e camisas de banda pra ser um considerado "roqueiro". Daí o roqueiro é visto com maus olhos por causa dessas tralhas humanas pessoas que andam por aí fazendo coisas ruins e denegrindo imagens.


Eu me revolto com essas pessoas. Fico tentando imaginar como será o futuro desses incríveis idiotas, desses inúteis convencidos e não vejo nada de bom ou promissor.


Qual o problema de ser gente boa?  Tinha mais um cara, fã de Ozzy Osbourne (mas longe desse grupo), um cara calmo e quieto que só foi buscar a namorada na escola na paz e nem assim deixou de ser roqueiro. Quanta gente nesse mundo que curte rock que a pessoa nem imagina! Minha professora de Ciências da 8ª série por exemplo, curte rock pesado mas se veste de uma forma que normalmente seria de quem ouve MPB. Mas ela já foi pra shows de Skid Row, Red Hot Chili Peppers, ama Led Zeppelin... O rock está morrendo porque pouca gente conhece e o curte. Porque esses "caras maus" acabam fazendo com que todo mundo ache que "Rock é do Diabo" euachava e algo ruim. Eles acabam tendo medo e se afastando.



Esses são roqueiros de verdade, gente que se alegra ao ouvir suas músicas, que brinca com os amigos, pessoas que vivem felizes por isso, mesmo não desrespeitando ninguém ou desfilando com seu rabo de pavão por aí, se sentindo Deuses.

5.3.10

Unreachable

Estou muito cansada então pode ser que esse texto não saia como previ. Sei que passam das 00h, mas na California ainda são 19h, então tenho tempo de sobra. Acho que as pessoas se cansaram de ler "John Frusciante pra cá, John Frusciante pra lá" né? Me perdoem, mas não vou parar. Porque é assim que as coisas ao meu redor me animam sabe? John Frusciante faz 40 anos hoje e provavelmente estou mais feliz do que no meu próprio aniversário!


Não que eu o ame mais do que a mim mesma, jamais! Mas porque ele me faz gostar mais de mim, das coisas que existem em todo esse espaço de tempo e como estão organizadas.


John Frusciante me traz paz, serenidade, e me faz conseguir tempo e paciência pra organizar a mente. Mostra o lado mais magnífico da música e é prova viva que as pessoas mudam drásticamente e que quase-morte não é motivo pra estar enterrado.


O agradeço e muito por ter feito tudo o que fez, porque mesmo sem imaginar a minha existência ele me fez, faz e fará bem por toda a eternidade. Talvez seja meu anjo, talvez apenas um cara com quem me identifico. Acho que não tenho palavras no momento pra que possa me expressar livremente, mas basicamente (eu disse "basicamente") é isso o que eu diria se o visse ou se ele pudesse me ouvir de qualquer forma:




"John, eu sei que inicialmente eu seria taxada como louca, fanática ou coisa assim, e negando seria mais um sintoma, já que todas o fazem. Mas a coisa não é por aí: não penso em casar com você, ter filhos e andar num campo  florido do outro lado do arco-íris. NÃO! Eu só  quero saber que você continua feliz e pleno com seus projetos musicais ou qualquer que sejam. O amo de tal forma que só cabe um amor desse no meu coração. PREENCHEU, e nunca vai se esvaziar. É um amor que não tem seus contras, seu sofrimento. Sofro quando você sofre, pulo de alegria quando sei que está tudo bem. Me preocupo com você e o admiro por tantas coisas MEU DEUS conheci milhares de sentimentos novos te ouvindo, te sentindo. Não quero perder isso nunca porque não há tesouro maior e mais simples ao mesmo tempo. É metade de mim, é o que eu sou. Sou amor. Sou alguém que espera o bem das pessoas, que espera ver a coisa da maneira mais bonita e ter um som agradável dessa coisa. E você  consegue transmitir essas coisas boas na música, cara. Não dá pra separar! A música, e a tua música mudam completamente meu espaço. Não tem lugar pra tristeza, mesmo sofrendo; não tem lugar pra dor, mesmo doendo; não ter lugar pro medo, mesmo estando apavorada. O que fica é aquilo tão grande e bonito que me faz enfrentar sem recuar. Te amo e te agradeço por toda a tua vida e por todas as palavras e sons que transmite. Querendo ou não você faz bem a MUITA GENTE e merece todo o carinho e admiração possível. PAZ a você, inspiração e música. Muito disso."



Meio confuso? Talvez. Pra ser sincera as vezes nem eu entendo, só sei que sei, e isso vale muito mais do que uma explicação por escrito. Sou eu que sinto, e somente eu saberei o que é isso pra vida toda. É o que torna tudo maior do que já é. Hoje foi um dia extremamente feliz, mesmo com certos probleminhas como todo ser humano.


Unreachable

17.2.10

23My smile is a rifle, Your


Inspiração


"Estava fazendo coisas que não a música para tomar o meu tempo, quando os espíritos vieram e disseram: "Você é um dos grandes músicos deste tempo, é isso o que você deveria estar fazendo". Comecei a chorar, a sensação de não estar fazendo o que eu fui posto aqui para fazer foi tão esmagadora que soube naquele momento o que deveria estar fazendo".


No fim da entrevista, John parece mais feliz, como se falar sobre ele ajudasse a se concentrar ainda mais na música.



Não, não sei se isso é real, mas pelo jeito que dizem que John diz (?) Parece ser verossímil. Tá tudo aqui (por isso não sei se é real, e porque essa "Louca por Sucrilhos" é uma grande PATETA imbecil falo mesmo que não sabe o que é ouvir espíritos e o que é loucura - e acaba de me dar ideias para um texto)


AGORA ME DIZ: O QUE É TUDO ISSO?


Eu nunca, nunca mesmo senti tanta vontade de John Frusciante e tanta vontade de chorar e fazer tudo ao contrario e sem sentido (o que pra mim teria sentido agora). Não sei se é porque as aulas vão começar - o que me causa falta de ar, não sei. Tem algo nessa escola que me sufoca LITERALMENTE - , se é porque ontem vi um vídeo do meu avô falecido há quase 10 anos, e só agora senti sua falta, se é porque a vida está passando e eu não sei se isso é bom ou ruim. Eu só sei que hoje acordei indefesa, com aquela maldita falta de ar e dor no peito, vontade de gritar, correr, me jogar no chão e não fazer nada além de chorar e me lamentar - observem: sou uma pedra seca, só choro por desespero de tanto ódio ou por finais de filmes como 7 POUNDS ou Ó PAÍ Ó (sim, eu choro) -. Escrevo esse texto bagunçado com tanta voracidade quanto uma pessoa morta de fome e sede que come como se não tivesse consciencia, um predador humanizado que vai contra todos os seus princípios e deixa seu instinto falar mais alto, sufocando e matando a presa como se fosse algo indolor e já morto.


Eu não estou mais separando as dimensões, a importância de cada uma. Meu mundo está se formando com todo o material que juntei por todos esses anos. E novamente as palavras se encontram contra a minha vontade, porque eu realmente não as estou combinando por combinar. Algo a mais vem e junta tudo isso.


Eu naõ sei ainda o que vim fazer aqui neste plano, mas por vezes sinto que não o faço, e é como se eu estivesse caindo num buraco sem fundo, num nada que é pior do que qualquer coisa pontiaguda que cause sensação de dor. É como beijar a morte, porque se você não faz o que veio fazer você está morto, ou acelerando o processo de morte. A inutilidade é isso. É horrível, e é. Ponto.


Sentimentos meus se misturam e viram uma bola de neve. Estou como um animal preso, sem nenhum lado que o ajude a se libertar.


Hoje, num dos piores momentos do meu dia aconteceu um tipo de milagre: Bella, que estava do lado de fora, me seguiu e chegou toda dengosa fazendo mil carinhos, como se estivesse dizendo "Estou com você, não precisa me ajudar pra eu retribuir, é de graça, é de coração". Tenho ela e sua mãe, Nininha, que nos últimos dias vem deitando em minha cabeça, como se também me dissesse "Confio em você". Sim, falo com minhas gatas, olho em seus olhos e sei que também falam comigo.


É isso, no fim é só pra dizer que tenho medos e anseios que não sei o que são ainda, que estou entre dois mundos completamente diferentes e iguais, que tudo e nada fazem sentido e que vou continuar fazendo o que faço até entender por que estou aqui.


Não é preciso entender, talvez alguém entenda -ou não. Talvez alguém complemente -ou não. Essa não é a verdade do mundo, é só minha e não quero que seja nada além disso. É um desabafo. É uma maneira de ver essas coisas do lado de fora da caixola.


Hoje sinto John tão perto de mim quanto nunca esteve. E isso é bom. Não sei o que há, mas é como se [mesmo em foto], se ele estivesse me acalmando os nervos pra poder limpar a alma com meu choro e libertar as coisas ruins que estão dentro de mim. Estou em constante meditação ultimamente.

10.2.10

Década de 1970

Foi a última década do período classic rock. É também conhecida como a "década da discoteca", devido ao surgimento da dance music. Surge também o movimento punk. A incorporação de instrumentos de música erudita no rock já havia se iniciado dos anos 60, mas só ganhou ares de movimento (também derivado da psicodelia sessentista) no início dos anos 70, no que é conhecido como rock progressivo.
Destaques Musicais: (Rock Progressivo) Pink Floyd, Genesis, Rush, Kansas; (Glam Rock) David Bowie; (Hard Rock) Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, Kiss, Aerosmith, The Guess Who; (Punk Rock) The Clash, The Ramones, The Sex Pistols. Sem falar na infinidade de artistas na Disco Music, claro. Época das mortes de Janis Joplin, Jimi Hendrix, Brian Jones e Jim Morrison, a famosa "Maldição dos 27".


Lista de Vários Artistas no Wikipédia.
Moda: Estilo hippie;
 
Jeans e calças militares usadas com enormes bocas de sino, tachinhas, bordados e muitos brilhos;
Camurças com franjas;
Estilo safári;Colares de contas miçangas, bijuterias étnicas;
Saias e calças de cintura baixa com cintos largos ou de penduricalhos;
Estampas florais;
Roupas artesanais, materiais naturais e tinturas caseiras;
Botas de camurça e sandálias de plataforma;
Saias longas, estampadas, estilo cigano e muita interferência de brilhos e plumas nas roupas.

Drogas: O ecstasy (sintetizado em 1914) teve seu uso como entorpecente iniciado na década de 70 nos EUA.

Lista de Vários Filmes no Wikipédia;
Charles Manson se torna "famoso" com o caso Tate-LaBianca.
E não menos importante, pra mim até o MAIS importante: 5 de Março de 1970: nasce John Anthony Frusciante.


É a década mais marcante, são todas as coisas que mais gosto na vida juntas em dez anos. Algo que de repente passa despercebido por essa juventude "tecnológica", mas que mudou o MUNDO. O por que de eu gostar de tudo isso? Nem eu mesma sei, só sei que me traz mais "paz e amor" do que a minha própria época. Tudo parece ser interligado de uma maneira profunda e mágica, que me faz viver e pensar com mais intensidade, ter mais vontade de viver. Me sinto em outra dimensão, em algo maior, melhor e mais perfeito. Dói de tão bom. Se eu pudesse escolher qualquer época pra viver seria essa. Nem que agora eu tivesse mais de 60 anos.

9.2.10

Momento Sublime




"Quando as coisas fazem sentido demais acabam nao fazendo por fim. E isso é magico. Um quebra-cabeças abstrato. E isso serve para o contrario, o que não tem sentido tem sentido sim, e mesmo você olhando pra essa coisa sem forma definida acaba sentindo algo conhecido, que conscientemente não é tão nítido. Mas no subconsciente é tão transparente quanto se pode ser."

Eu fico lendo essas palavras e não vejo fim pras interpretações. Escrevi por impulso, como se não fossem forças minhas que tinham controle sobre minhas mãos. Elas tinham outro dono no momento em que juntaram as palavras. Me sinto tão bem que esqueço até que o mal, cansaço e doenças existiram um dia.
PS: dentre todos os albuns ouvidos a manhã toda, justamente era Enter a Uh que eu ouvia no momento em que pensei na capa. Só percebi depois...

Trechos da Entrevista do John a Revista Guitar (Japonesa) de Fevereiro de 2009

"[...]eu só faço música com base no meu próprio sentimento. [...] 
Eu só imaginava os sons que estavam no começo do álbum como sendo sombrias como um pântano, mas gradualmente tudo depois se tornou em uma visão de mundo mais brilhante. Essa explicação pode parecer muito vaga, mas eu estava consciente sobre ela. Eu apenas fiz o álbum, inconscientemente e seguindo o meu sentimento. [...] 
É muito agradável para mim ouvir The Empyrean, é um álbum que me leva em uma viagem musical. [...] 
E eu senti como se estivesse em um mundo diferente. Para ser capaz de criar esse tipo de ilusão ou alucinação, é "mágico" isso para mim. Desde que eu era criaça, eu gostava de música que me fazia sentir como se eu estivesse em um mundo diferente. [...]
Estive tocando com essas stratocasters por um longo tempo, assim elas são como uma parte do meu corpo. Se eu tocar com outras guitarras, eu sinto que estou tocando com um brinquedo.[...]
Se você forjar um relacionamento bom com seu instrumento musical e apagar o seu egoísmo e não julgar ou se analisar muito, a música será criada naturalmente quando você toca. A música é um poder que existe no universo, que nasce através de nossas mãos ou instrumentos musicais. Ela não sairá da sua mente.
Se você não estiver consciente, ela vai ter um efeito inverso.[...]

Alguns guitarristas recentes tocam aborrecidamente ou desinteresados, em comparação com os guitarristas mais velhos. Parecem que tocam guitarra apenas para se tornarem famosos. Isso é porque eles acham que guitarra é apenas como "um violão" e eles não pensam nisso como uma "ferramenta" para criar sons.

Trechos que achei mais importantes ou, que quando li concordei sem perceber que meu corpo dizia sim a essas palavras sem os comandos conscientes do cérebro. Foi como quando dei "Boa Noite" para o Jô Soares na tv. [risos] Quando percebi acenava que "sim" com a cabeça, de tanto que concordava com John. É isso o que falta em muitos artistas de hoje em dia: vontade, vontade de música, não de dinheiro e fama. Eles precisam se desprender do material, sério.




4.2.10

Nostalgia

Agora entendo um pouco o porquê de odiar tanto os professores. Os professores de verdade já não deixam rastros na minha escola. Como se tivessem fugido dela, esquecido de mim, me abandonado. A cada ano que passa os melhores professores que conheço se vão. Mônica, Rejane, Iara, Daniel, JOÃO PAULO, Rodrigo, Tercinaldo, Sonia, Ana Tereza, etc. Muitos professores bons ficam, mas ou o horário não bate, ou não são tão bons quanto os anteriores.



Hoje vi a Mônica. Já a odiei e adorei ao mesmo tempo. E tive medo. Isso é uma forma de GRANDE admiração. Me lembrei do primeiro ano em que estudei aqui (8 anos atrás). Era o período da tarde e não me esqueço nunca daqueles fins de tarde com o pôr do sol de frente a minha sala, as aulas de geografia, onde a professora uma vez pegou dois alunos para servir de exemplo em explicações do sistema solar. Por mais que eu tenha estudado metade desses anos naquela sala, o cheiro dela era diferente, um odor não de limpo, sujo ou de produtos de limpeza, mas um cheiro de SOL, de fim de infância e, por mais que tenham se passado oito anos, parece menos se comparado a minha vida, mas também parece muito mais, se comparado com as minhas lembranças, que a cada dia que passa se confundem com sonhos perdidos de uma vida passada e muito distante. Isso é nostalgia. Aquele sentimento que parece uma pequena chama acessa num coração apagado e frio, que não se sabe se vai continuar acesa por muito tempo, mas arde de uma forma que em seus pontos mais altos parece que vai incendiar tudo. Por mais que eu adore ver o tempo passar e as coisas mudarem, a dor da saudade e a chama nostálgica continuam ali, correndo atrás do tempo, seu mestre.



João Paulo é outro professor que está na minha mente com frequencia, o que traz uma saudade terrível e inevitável. Desejo a ele todas as coisas boas, porque ele me ajudou muito, e foi a única pessoa que conheci que demonstrava - tão claro como águas de fontes inexploradas - que implicava comigo somente para o meu bem. Um professor que sabia minha capacidade e com suas broncas tentava abrir meus olhos para a vida, tentava fazer com que eu utilizasse meu bônus divino de sabedoria.



Ah! Que saudades daquele tempo, mesmo menos inteligente, eu tinha mais pessoas que demonstravam seu carinho por mim. Ou, para não ser ingrata com as pessoas de agora, demonstravam um carinho mais profundo e importância mais intensa. Queriam fazer de mim uma pessoa de bem, uma pessoa especial.



Por mais que essa passagem de tempo seja extremamente dolorosa, também é, de certa forma, excitante e gostosa de sentir e perceber.

27.1.10

Abstinencia

Desde dezembro acompanho a série Supernatural, no SBT ou no Youtube (não tenho tv a cabo e nem tempo pra baixar). Confesso que comecei a ver pela beleza de Dean e Sam Winchester, depois de ver várias páginas sobre eles. Contudo, o que mais me chamou a atenção foi o tipo de história. Não é todos os dias que encontramos caça-fantasmas gatões e engraçados por aí. Desde pequena amo História, lendas, mitos religiosos (ou não), céu e inferno, entre outros. E essa série caiu como uma luva na minha vida, e nesse tempo. Me fez esquecer os problemas que tenho convivendo com essas pessoas que convivo. Só isso? NÃO.




• Há aventura, ação, comédia e drama entrelaçados de uma forma inteligente e criativa;
• Há carinho entre a família Winchester, não precisando de caricias e abraços;
• São os irmãos mais lindos que já vi na vida;
• Anjos e Demônios mostrados sem medo nas telas;
• Aborda tudo, desde Asiáticas Peitudas a Anjos caídos;
• A trilha sonora é perfeita, incluindo Led Zeppelin, Kansas, Bon Jovi, AC/DC, Metallica e Black Sabbath (por Deus! Ressucitando o Classic Rock! Existe coisa melhor? Me sinto em casa !!)
• O Impala é magnífico;
• Dean é comilão, engraçado e apegado à família, tem bom gosto musical e para carros, adora mulheres (sou mais ou menos isso, mas meu gosto é para os homens, e odeio Hamburgueres e X-Bacon);
• Eles não são perfeitos, assim como os anjos;
• As pesquisas, lendas urbanas (ou não), a HISTÓRIA é fascinante.
Existe muito mais além disso, com toda a certeza, mas não estou lembrada agora. O negócio é: é um resumo de tudo o que eu queria ver de uma vez só. Música, história, sexo, aventura, dor, sadismo, religião (por partes), tudo num só. E no lugar certo.
Até eu poder baixar a série ou ter tempo pra ver os vídeos no Youtube, vou ficar na saudade e na abstinência, assim como Sam ao estar longe do sangue de Ruby. Saudades, Winchesters, e até a próxima.





Listening to: Led Zeppelin - Over The Hills And Far Away