4.2.10

Nostalgia

Agora entendo um pouco o porquê de odiar tanto os professores. Os professores de verdade já não deixam rastros na minha escola. Como se tivessem fugido dela, esquecido de mim, me abandonado. A cada ano que passa os melhores professores que conheço se vão. Mônica, Rejane, Iara, Daniel, JOÃO PAULO, Rodrigo, Tercinaldo, Sonia, Ana Tereza, etc. Muitos professores bons ficam, mas ou o horário não bate, ou não são tão bons quanto os anteriores.



Hoje vi a Mônica. Já a odiei e adorei ao mesmo tempo. E tive medo. Isso é uma forma de GRANDE admiração. Me lembrei do primeiro ano em que estudei aqui (8 anos atrás). Era o período da tarde e não me esqueço nunca daqueles fins de tarde com o pôr do sol de frente a minha sala, as aulas de geografia, onde a professora uma vez pegou dois alunos para servir de exemplo em explicações do sistema solar. Por mais que eu tenha estudado metade desses anos naquela sala, o cheiro dela era diferente, um odor não de limpo, sujo ou de produtos de limpeza, mas um cheiro de SOL, de fim de infância e, por mais que tenham se passado oito anos, parece menos se comparado a minha vida, mas também parece muito mais, se comparado com as minhas lembranças, que a cada dia que passa se confundem com sonhos perdidos de uma vida passada e muito distante. Isso é nostalgia. Aquele sentimento que parece uma pequena chama acessa num coração apagado e frio, que não se sabe se vai continuar acesa por muito tempo, mas arde de uma forma que em seus pontos mais altos parece que vai incendiar tudo. Por mais que eu adore ver o tempo passar e as coisas mudarem, a dor da saudade e a chama nostálgica continuam ali, correndo atrás do tempo, seu mestre.



João Paulo é outro professor que está na minha mente com frequencia, o que traz uma saudade terrível e inevitável. Desejo a ele todas as coisas boas, porque ele me ajudou muito, e foi a única pessoa que conheci que demonstrava - tão claro como águas de fontes inexploradas - que implicava comigo somente para o meu bem. Um professor que sabia minha capacidade e com suas broncas tentava abrir meus olhos para a vida, tentava fazer com que eu utilizasse meu bônus divino de sabedoria.



Ah! Que saudades daquele tempo, mesmo menos inteligente, eu tinha mais pessoas que demonstravam seu carinho por mim. Ou, para não ser ingrata com as pessoas de agora, demonstravam um carinho mais profundo e importância mais intensa. Queriam fazer de mim uma pessoa de bem, uma pessoa especial.



Por mais que essa passagem de tempo seja extremamente dolorosa, também é, de certa forma, excitante e gostosa de sentir e perceber.

Um comentário:

  1. Texto mais que perfeito! Meniine, como você escreve bem!

    Eu ainda acho que os melhores professores, são os de antigamente... Sei lá, não posso dizer issso pois não estudei sempre na mesma escola, mais mesmo assim acho que eles mudaram, salvo alguns professores!

    E sim, provavelmente vai morrer de saudades da escola, de algumas pessoas, de alguns professores... E sim provavelmente vai chorar no último dia de aula...
    Mais quando isso acontecer, você vai se lembrar que: Tudo tem um começo, e esse começo nunca terá um fim!

    Beijoos!

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