9.12.10

Vincentiana


Estava eu absorta em minha depressão pós-ensino médio, pensando no que fazer - ou melhor: no que deixar de fazer - quando me decidi por Tetro. Mas não vim aqui para dar sinopses, notas, dicas - para isso eu tenho o outro blog. O contrário disto. Vim dar meu depoimento sobre o que presenciei.
Pularei a parte de Coppola e toda a sua trajetória até aqui. Também pularei o profissionalismo de Vincent Gallo. O fato é: além do incrível diretor e músico que eu admiro há tanto tempo, ele é igualmente ator. Eu já sabia de todas as suas aptidões artísticas, já tinha um filme dele - que verei hoje, inclusive, e assim espero - e o amava pelo que ficava sabendo dele por aí:  “de quem me diziam horrores mas que foi um encanto, um tipo inteligente com boas ideias” - elogiou Coppola. 
Já havia marcado no filmow que queria ver Tetro. Nem me lembrava. Mas vi Coppola no Programa do Jô e no dia seguinte fui atrás desesperadamente.
E que filme. Tremi do começo ao fim por toda a sua perfeição - e não, não estou falando nem vou falar da fabulosa filmagem, roteiro, atuação e tudo o mais, deixemos isto de lado -, graças a Deus, porque isso tudo literalmente salvou meu dia.
Estava péssima por um não-sei-o-quê, talvez por ter acabado a escola e a saudade ter vindo não só visitar-me, mas morar comigo; por melancolia e tédio, bipolaridade ou depressão; pela tensão de vestibulares e ENEMs; ou ainda por outros assuntos inexplicáveis, quando decidi que era a hora de dar o play no Vincent e admirar sua atuação eternamente. Não sabia que ia repercutir tanto. Tão intensamente.
Uma vontade não de fazer algo, mas de pensar no que fazer, ou melhor, sentir o que fazer. E fiz. O ouvi, o desenhei, entre tantas outras coisas.
Vincent me serviu de recarga das baterias - mais eficiente que Duracell, acreditem. Mas não me serve somente disto. Ele é um outro que vai ficar pra sempre em mim.
Outro dia, antes de tudo isso, ouvia a música Glad to be Unhappy, e fiz algo um tanto quanto "nada inteligente". Não literalmente inteligente: fui buscar a letra de uma música instrumental - batam palmas - . Mas meu amigo Roger meio que contornou a situação, dizendo que foi uma maneira literal de buscar o entendimento daquele som. E realmente encontrei. Entendi o porquê de Feliz em estar Triste. Ultimamente pareço-me muito com certas músicas do Gallo, portanto, estou no meu momento "ele" e não abro mão.


"Yes, I'm Lonely"

3 comentários:

  1. As vezes estamos tão perdidos que só encontramos saída no simples ato de ser. Lindo post *-*

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  2. ADORO Tetro e Vincent. Acho que todos od filmes que ele dirigiu, embora sejam todos meio trash/alternativo, englobam situações e temas tão pequenos mas tão altamente comuns que a gente se sente lá situação... Bufallo 66, sempre achei um dos filmes mais delicados que já assiti... enfim, adoei o teu comentário, foi exatamente o que senti após ter visto Tetro.

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  3. Yes, I'm Lonely. BUT, I'm Happy =)
    beleza de post \o/

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