Depois que comecei a faculdade, que me aprofundei no prog, que conheci mais pessoas completas e mutáveis interiormente, depois que comecei a andar mais sozinha, observando o mundo... Depois disso eu pude avaliar muitas coisas, e as aulas que tive se tornaram ferramentas de observação, como um brincar de antropologia. Foi legal no início.
No início.
Comecei a trabalhar também, e encontrei pessoas maravilhosas, e outras, das quais nós, muito infelizmente, dependemos, que são da pior espécie e da maior nojeira e putridez. Não são o pior do pior, porque não chacinaram ou foram criadores de hecatombes. Mas sabem como escravizar. Não vou falar dessa parte, mas ela foi fundamental para o aprimoramento da minha visão atual de mundo, que oscila entre o "muito bem obrigada" e o er... "muito mal blergh! estou vomitando".
Estou muito mais apurada em questão de observação de seres humanos. Como é só um observar, sem contato de ideias e pensamentos, tudo isso ainda é muito errôneo e talvez eu esteja muito equivocada no que vejo mas, bem, todo mundo assim está.
O problema é que, por motivos culturais, de criação, de alienação ou imposição as pessoas se importam muito com certos padrões religiosos e tradicionais e dão importância a certos papeis timbrados chamados por nós de moeda que não importa aquele que está no meio. Aquele (pessoa) vira aquilo (objeto). E aquilo (objeto) vira aquele (pessoa) - venerado.
Quando penso em minha vida daqui pra frente imagino muita coisa bonitinha, correta, boa, que não interfere em ninguém, mas que é interferida por todos. E eu me preocupo em encontrar uma maneira de me esquivar dessas ervas daninhas - se assim posso chamar. Só que isso modifica meus quereres e fazeres.
Não é diferente da vida online. Eu tenho minhas páginas principalmente para me expressar e conhecer novos conceitos de arte e de estudo, diversão também, por que não? O fato é que, nesse meio tempo, existem certas ações que não se encaixam nem com arte nem com educação ou diversão, mas em concessão. E, ao conceder certas coisas, que ficam por muito tempo estáticas lá num canto escondidas na poeira e no escuro, algum indivíduo com tempo muito ocioso e mente-oficina-do-Diabo mesmo em ação, não só em ócio, consegue acender a luz e afastar a poeira dessas concessões e corre para analisar ignorantemente, tendo em vista somente a vontade de exterminar a coceira da língua e liga para o primeiro ente querido para contar as novas que não são boas nem ruins, aliás desnecessárias, mas que são combustível para a intolerância e tradicionalismo corrosivo que chamamos de preconceito e mentalidade podre.
Esse ácido é cuspido de bocas que convivem em cabeças ocas e caretas na cara dos bons samaritanos que nem perto estão, nem necessitariam desses jatos, mas a vida é muito f!@#$ d% p¨&* e as pessoas ácidas mais ainda (não estão inclusos Syd Barrett ou qualquer adepto a alucinógenos), por interferirem no que não precisa ser mexido, no que estava bom como estava, oras, pra que mudar?
O que eu vejo, enfim, em muita gente, é uma carga muito forte de solidão aliviada por ações malfazejas, pensamentos pobres e cansados, preguiçosos e trancafiados em cavernas escuras, úmidas, mofadas e acorrentados nisso que nós tentamos e talvez tenhamos conseguido fugir.
Não sinto pena porque meu espírito não é nobre, sinto é nojo e raiva por estes seres não perceberem que a entrada está ali, na frente, e as correntes estão corroídas por ferrugem. É só fazer um esforço que se tornam livres. Mas gostam de fazer e falar o que não convém, o que não interessa, o que só serve de maldade.
Essa gente apodrecida infelizmente faz parte do meu círculo social (e não é do Google+, é offline), faz parte do meu local de trabalho, faz parte do meu local de estudo - em pequena escala, e faz parte de QUASE TODA A MINHA FAMÍLIA.
Gostaria de agradecer a esses coitados (que tenham contato com a luz mas que, antes disso, ela corroa seus olhos fracos e suas mentes fracas) por me causarem danos e preocupações, porque mesmo que eu esteja muito, mas muito PUTA DA VIDA, eu estou exercitando minha mente tentando entender e/ou me esquivar, jogando minhas frustrações no escrever, ou em qualquer forma de arte, me entupindo de gente maneira que eu chamo de amigos e namorado, e posso dizer que tenho muita sorte de não me deixar "mofar" ou "apodrecer", porque não sou deplorável e sei que o podre não dura. Porque eu quero durar. Eu quero fazer. Fazer bem, e o bem. Quero ficar quieta no meu canto e quero mirar nessas maçãs podres e soltar flechadas de "adeus".
Música: Puppies on Acid - Dream Theater

