3.11.12

Coragem, eu sei que voce pode mais

Eis que encontro no facebook uma notícia:

MEC elimina candidatos que fotografaram cartões de respostas das provas do Enem e postaram em redes sociais: http://bit.ly/RE3FwN (Foto: Reprodução) - Página do Terra

Meu comentário, diante de "Ê Brasil!" "Esse ENEM não muda nunca!" e semelhantes:

Se barrar quem leva celular na entrada, ninguém faz a prova. Só se culpa o MEC e o governo por erros humanos que não cabem a apenas um. É proibido o uso de celular na prova, ele fica desligado e com bateria fora, no outro canto da sala. Fora do prédio pessoas usam seu celulares como bem entendem, e nesses dias pra coisas mais importantes, seja pra relógio, comunicação GPS etc. A punição está mais que justa, o candidato que não obedeceu regras, não é falha vergonhosa do governo etc. A culpa do mundo ser assim não são só os governos, temos nós, enquanto povo, que nos culpar também, por omissão, desrespeito, egoísmo, procrastinação. Como diria Raulzito, "é sempre mais fácil achar que a culpa é do outro".

Penso que "político é tudo igual", "aquele partido é somente de corruptos, não vou votar nele por causa daquele escândalo com o camarada x de seu partido" é algo muito vago, coisa de quem tem preguiça ou desesperança em ser cidadão, ou pior, ignorância quanto ao peso que tem seu voto, manifestação, protesto, revolução (lembrando que estes últimos três itens não significam violência, sair às ruas, bombas de "efeito moral", etc.).
Não acredito em partidos políticos. Cada pessoa tem seu querer, sua organização e modo de produção. Não acredito em um mensalão, mas em vários. Concordo com meu professor que diz que mensalão é algo que existe e ponto (não que isso não possa ser mudado, que seja correto ou que eu esteja meio que concordando, não). Se entendi bem o que ele quis dizer, posso afirmar (não com certeza, pois só os idiotas têm certeza) que, no filme Morte ao Rei - Oliver Cromwell, Lorde Fairfax, Rei Charles Stuart I e esses camaradas de cabelo e bigode bacanas - existe certo tipo de mensalão quando o Parlamento é comprado para obtenção de votos em favor de King Carlinhos (que ator feio, aliás). Pelo menos acredito que seja mensalão.
Vi também no jornal, uma notícia corriqueira dita quase sussurrada muito sutil, de que Haddad e seus companheiros aliariam-se ao PSD/DEM do Kassab para obtenção de votos (que deveriam somar 28 e em alguns casos 33) comuns para aceitação de projetos, etc. Creio que isto também seja mensalão, um mensalão que todo mundo faz a torto e a direito. Não existe só essa alegoria de PT, de "eu não sei de nada", etc. E não, não sou petista, justamente porque não acredito em partidos, mas em pessoas. Partidos são empresas, são instituições. Eu creio em ideais.
Só sabemos criticar o governo, os governantes, o sistema (faço muito isso, admito), mas não criticamos a nós mesmos e nossas ações. Fazemos isto não só com política mas com o modo de vida do vizinho, a galinhagem da colega de trabalho, a ditadura da chefia (que aplicamos a nossos filhos). Temos preguiça de autoavaliar-nos. De corrigir nossos erros. Temos medo de admitir que falhamos. Que fizemos cagada nessa uma vida que temos. Preferimos a rotina da técnica dominada ao invés de pularmos no infinito do novo. O novo cansa, impõe obstáculos, problemas a serem resolvidos, a possibilidade do erro. Mas o novo nos move. Nos impulsiona e inspira.
Prefiro a incógnita da vida variável, de infinitas possibilidades, de novas ideias, de novas missões, um nomadismo (como na Turma do Chico Bento), do que a mesmice do uniforme, do posto, do cargo únicos e completamente explorados, do sedentarismo pesado que um dia nos transmutará para um mundo que até agora somente uma barata, Eva e Wall-E presenciaram.
População humana no filme Wall-E: estamos impulsionados a isso.

Um comentário:

  1. Revoluções de boutique: só aprendemos de “política” a parte de ter tolerância extrema, e na medida errada, com assuntos errados. Não dá pra ser tolerante com quem corrompe, não é porque “candidato lutou contra a ditadura” que nós precisamos ser menos rígidos com seus erros.

    Precisamos ter o rigor do nosso salário com o dinheiro público, não entrego meu salário pra qualquer desconhecido administrar, confiro a fatura do meu cartão e exigem que eu trabalhe para receber um salário. Se não trabalho, me mandam embora e por aí vai.

    ResponderExcluir