acho que não...
Escrevi ouvindo: Pink Floyd - The Wall (1979)
Não sei se é academicamente errado comparar tais situações, nem estive em nenhuma delas, mas as apoio o direito de poder até onde me cabe.
Estas manifestações que estão se dando no momento me remetem às aulas de Brasil República sobre revoltas como a da Vacina, onde parte do povo se revoltou contra o então governo para tentar parar esse projeto higienista de vacinar todo mundo.
Claro que houve também uma intriga da oposição, incitando muita gente a tal ato, e não podemos afirmar que A é totalmente bonzinho e B totalmente malvado.
O que me lembra não é toda a revolta em si, até porque como em outras aulas ouvi falar de um tal corsi e ricorsi do Vico (que muito me agrada) e a tragédia e a farsa de Marx¹ (que acho de uma fofura tremenda).
É essa repetição – não igual – pontual de certas situações que espanta. Espanta no sentido de que as pessoas continuam a persistir nos erros e/ou regridem a tal ponto que nos sentimos meio anacrônicos e alheios à sociedade em que vivemos, pois: ela não faz sentido.
Pensando n’A Revolução dos Bichos² e na Revolta da Vacina³, vejo semelhança no tratar da imprensa, governo e polícia sobre o caso:
Parte da mídia (porquinho Garganta) tende a ficar do lado do governo (porcos – Napoleão e sua ninhada), e utiliza-se quase que das mesmas nomenclaturas para com manifestantes: “baderneiros”, “vândalos”, “vagabundos”, etc. Sim, há um outro lado, mas isso a gente deve buscar à parte. Já a “massa”, esta fica dependente dos Jornais Nacionais, Datenas, Jornais do SBT com a princesinha Raquel, e tantas coisas de renome e tal.
É como se fosse uma tríade: o governo (aliado à Elite, CLARO, você queria o que?), a polícia (cães, que latem mais forte quando alguém se manifesta) e a mídia meio que formam uma mesma posição entre si. O que se sabe é que os manifestantes são: vagabundos arruaceiros quebradores de tudo e blá blá blá eu já ouvi isso em outras vidas. Daí, a polícia prende alguns por motivo torpe, como bode expiatório, colocando nestes todo e qualquer defeito moral possível, ontem fora a navalha e o “ser negro” (Vacina), na ficção, ajudantes e espiões a mando do porquinho Bola-de-Neve, hoje drogas, armas, vinagre (?) e sei lá mais o que. Uns pagam por conta de outros (inclusive repórteres que estavam lá foram presos, mesmo que por pouco tempo).
As pessoas que não estão ali a se manifestar, que incitam o ódio, que torcem pra todo protestante se ferrar, podem ser chamadas de ovelhas que só faltam repetir: “quatro pernas bom, duas pernas ruim!”. Parece também ser o mesmo povo que se ofende quando algum personagem de novela faz algo “errado”, e espera que esse mesmo personagem seja um anjo de candura – o que não dá pra entender, como você quer que as pessoas levem pauladas e se fodam, e ao mesmo tempo se ofende com quem faz coisa errada? Já olhou pras suas próprias ações, compadre/comadre?
Acredita-se, pelo sofisma vomitado pelos televisores, rádios, sites de jornais, jornais impressos, etc, que só tem vagabundo lá mesmo. Mas é claro que não é assim. Não tô lá nem fui lá pra saber, ok, mas não soube de uma manifestação pacífica que desse em algo. Até porque como ser pacífica se tem tropa de choque, bomba pra cá e pra acolá? Os tiros e as bombas, se não acertam nos manifestantes e/ou em civis alheios à coisa simplesmente somem no ar, ou ricocheteiam para os “patrimônios públicos” ajudando a quebrar tudo? Quantos desses vidros quebrados não foram obra de tropas (que muito me lembram outras duas: uma delas do The Wall, e a outra, prefiro não comentar) e não de manifestantes?
E por falar em quantos,quantos de vocês, odiadores de protestos, vão se beneficiar com a tarifa, caso esta tenha seu valor diminuído, ou com reformas e melhorias que venham a ser feitas nos transportes, finalmente? Vão agradecer a quem, caso isso aconteça? À bondade dos governantes (Napoleão – o que nada fez)? Ou aos civis que foram lá levar borrachadas, surras e serem presos por conta de nós todos (os da “Batalha do Estábulo”)?
De grão em grão, a galinha enche o papo. Juntar os R$0,20 num cofrinho pra cada passagem paga, é muito dinheiro (inclusive dava pra melhorar muita coisa - e a manifestação é pra melhorar muita coisa, não se limita apenas aos 20 centavos). Se você não precisa contar o quanto gasta, que bom pra você. Mas alguém que faz da sua vida mais rica (um empregado, seja ele direto ou indireto), precisa, e muito. As coisas não caem do céu. O mundo não é só você, seja você rico ou pobre. Tudo isso pode estar “atrapalhando a ida pra casa”, mas atrapalha menos e por menos tempo que essa grana toda retirada dos salários mínimos para o transporte de milhares de pessoas.
Estas manifestações que estão se dando no momento me remetem às aulas de Brasil República sobre revoltas como a da Vacina, onde parte do povo se revoltou contra o então governo para tentar parar esse projeto higienista de vacinar todo mundo.
Claro que houve também uma intriga da oposição, incitando muita gente a tal ato, e não podemos afirmar que A é totalmente bonzinho e B totalmente malvado.
O que me lembra não é toda a revolta em si, até porque como em outras aulas ouvi falar de um tal corsi e ricorsi do Vico (que muito me agrada) e a tragédia e a farsa de Marx¹ (que acho de uma fofura tremenda).
É essa repetição – não igual – pontual de certas situações que espanta. Espanta no sentido de que as pessoas continuam a persistir nos erros e/ou regridem a tal ponto que nos sentimos meio anacrônicos e alheios à sociedade em que vivemos, pois: ela não faz sentido.
Pensando n’A Revolução dos Bichos² e na Revolta da Vacina³, vejo semelhança no tratar da imprensa, governo e polícia sobre o caso:
Parte da mídia (porquinho Garganta) tende a ficar do lado do governo (porcos – Napoleão e sua ninhada), e utiliza-se quase que das mesmas nomenclaturas para com manifestantes: “baderneiros”, “vândalos”, “vagabundos”, etc. Sim, há um outro lado, mas isso a gente deve buscar à parte. Já a “massa”, esta fica dependente dos Jornais Nacionais, Datenas, Jornais do SBT com a princesinha Raquel, e tantas coisas de renome e tal.
É como se fosse uma tríade: o governo (aliado à Elite, CLARO, você queria o que?), a polícia (cães, que latem mais forte quando alguém se manifesta) e a mídia meio que formam uma mesma posição entre si. O que se sabe é que os manifestantes são: vagabundos arruaceiros quebradores de tudo e blá blá blá eu já ouvi isso em outras vidas. Daí, a polícia prende alguns por motivo torpe, como bode expiatório, colocando nestes todo e qualquer defeito moral possível, ontem fora a navalha e o “ser negro” (Vacina), na ficção, ajudantes e espiões a mando do porquinho Bola-de-Neve, hoje drogas, armas, vinagre (?) e sei lá mais o que. Uns pagam por conta de outros (inclusive repórteres que estavam lá foram presos, mesmo que por pouco tempo).
As pessoas que não estão ali a se manifestar, que incitam o ódio, que torcem pra todo protestante se ferrar, podem ser chamadas de ovelhas que só faltam repetir: “quatro pernas bom, duas pernas ruim!”. Parece também ser o mesmo povo que se ofende quando algum personagem de novela faz algo “errado”, e espera que esse mesmo personagem seja um anjo de candura – o que não dá pra entender, como você quer que as pessoas levem pauladas e se fodam, e ao mesmo tempo se ofende com quem faz coisa errada? Já olhou pras suas próprias ações, compadre/comadre?
Acredita-se, pelo sofisma vomitado pelos televisores, rádios, sites de jornais, jornais impressos, etc, que só tem vagabundo lá mesmo. Mas é claro que não é assim. Não tô lá nem fui lá pra saber, ok, mas não soube de uma manifestação pacífica que desse em algo. Até porque como ser pacífica se tem tropa de choque, bomba pra cá e pra acolá? Os tiros e as bombas, se não acertam nos manifestantes e/ou em civis alheios à coisa simplesmente somem no ar, ou ricocheteiam para os “patrimônios públicos” ajudando a quebrar tudo? Quantos desses vidros quebrados não foram obra de tropas (que muito me lembram outras duas: uma delas do The Wall, e a outra, prefiro não comentar) e não de manifestantes?
E por falar em quantos,quantos de vocês, odiadores de protestos, vão se beneficiar com a tarifa, caso esta tenha seu valor diminuído, ou com reformas e melhorias que venham a ser feitas nos transportes, finalmente? Vão agradecer a quem, caso isso aconteça? À bondade dos governantes (Napoleão – o que nada fez)? Ou aos civis que foram lá levar borrachadas, surras e serem presos por conta de nós todos (os da “Batalha do Estábulo”)?
De grão em grão, a galinha enche o papo. Juntar os R$0,20 num cofrinho pra cada passagem paga, é muito dinheiro (inclusive dava pra melhorar muita coisa - e a manifestação é pra melhorar muita coisa, não se limita apenas aos 20 centavos). Se você não precisa contar o quanto gasta, que bom pra você. Mas alguém que faz da sua vida mais rica (um empregado, seja ele direto ou indireto), precisa, e muito. As coisas não caem do céu. O mundo não é só você, seja você rico ou pobre. Tudo isso pode estar “atrapalhando a ida pra casa”, mas atrapalha menos e por menos tempo que essa grana toda retirada dos salários mínimos para o transporte de milhares de pessoas.
¹ Ver p. 6 do pdf O 18 de Brumário de Luís Bonaparte (maio/1852), ou compre o livro se preferir etc. Traduções são diversas.
² Toda a alusão animalesca do texto se refere à obra de George Orwell A Revolução dos Bichos (1945), o filme A Revolução dos Bichos (1999) e o disco do Pink Floyd baseado na mesma: Animals (1977)
³ Baseado em Os Bestializados (2004), de José Murilo de Carvalho.
Depois de ter vivenciado ontem uma parte do que acontece nas manifestações, tenho certeza absoluta de que devemos lutar mais e apoiar essa causa. Temos que parar de ser ovelhinhas.
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