25.11.11

All Still Fine

Se você gostar desse texto, e ele servir pra você, leia sempre que estiver se perdendo, e lembra das coisas boas, tá?
Hoje saí mais cedo da faculdade e vi o sol das nove horas. Ouvi a rádio, andei pelo lado da calçada que eu só andei uma vez, numa quarta-feira... A manhã estava linda, mas mesmo assim pouco olhei pro céu. Só que deu pra perceber certas coisas que eu estava procurando há tempos.
Estamos envelhecendo rápido demais, sabia? Não normalmente, você sabe. Fomos crianças no sábado, eu lembro que expliquei. Na quarta fomos adolescentes apaixonados e descobridores, e a partir de então o negócio desandou pra velha e carrancuda maturidade. Viramos adultos chatos, ranzinzas, reclamões. Nós.
Só que, sentindo o calor do sol eu percebo.
Hey you out there in the cold getting lonely, getting old, can you feel me?
Vamos voltar à juventude de sábado, de quarta, vamos nos aquecer com o calor do sol, nós podemos retroceder. Sábias palavras já nos disseram milhares de vezes que a velhice não significa nada, e a juventude volta sempre outra vez.
Essas coisas que nos empurram goela abaixo só nos parece ruins porque nos convém. Porque estamos cansados de correr atrás do tempo e ele escapar da gente, e não dar tempo pra gente. Mas podemos aprender muito com essas coisas, podemos ver um lado alternativo delas, podemos abusar delas para benefício próprio. Vendo assim talvez acabe rápido, sem doer tanto.
Estamos correndo atrás do tempo, uma hora ele cansa de ser seguido e pára pra nos ouvir. É rapidinho, você vai ver.
Inventamos tantos problemas pra esquecer (da morte?), que também nos esquecemos da vida, prestemos mais atenção no céu, nas plantas e no Sol. Estão aí pra nos acalmar e nos abraçar, como no sábado.
Não é só porque não temos aquela vista privilegiada do sol que ele perde a importância de ser visto. Ele é nosso amigo e brilha seja como for a moldura que o envolve.
Vá lá na janela, na calçada, suba numa escada e veja o Sol. Faça também com a Lua e as estrelas, eles estão com saudades de nós.
Ligue o rádio e ouça um clássico, pratique o instrumento que tiver, pratique tanto pra estar preparado para o instrumento certo. Invente, reinvente, componha, escreva, pense, sinta. Sinta as coisas que dão cócegas e aquela risada lá na boca do estômago, que não consegue subir pra garganta e te deixa engraçado, meio bêbado de alegria. Depois deixe sair numa explosão e comece a dançar só, a cantar, a querer pintar desenhos psicodélicos e abraçar todo mundo.
Podemos não ser livres socialmente, mas nossos espíritos são e sempre serão. Vamos soltá-los ainda mais e deixar que se encontrem e dancem juntos, se abracem e se beijem. Até os corpos se encontrarem também, que tudo ficará bem.
Converse com as plantas, e diga como ama o seu Broto, e como ele te ama também. Te ama tanto que está gostando do que está escrevendo, depois de tanto reclamar.
Vamos parar de reclamar, você me ensinou assim, desde agosto. Eu desandei mas estou de volta, querendo ser criança novamente com você. Pega minha mão que eu te levo à infância, se você não conseguir. Do you remember? 'cause i remember. Me and you.

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