Dizem sempre que os amigos é que sempre estarão a seu lado. Será?
Uma amiga minha, perto do fim do colegial, estava a morrer de medo de que nos afastássemos após conclusão. Eu achava tolice, dizia a ela para não se preocupar, que teríamos sempre uns aos outros. Eu realmente acreditava nisso.
Pensava que nada tinha a ver com nossos pais que chamam vizinhos e clientes de colegas ou classificam com título mais ralé. Pensava que eles não haviam conhecido amizade de verdade e eram almas soltas e vazias vagando para a morte sozinhas.
Mas em quase um ano percebo que isso é o natural. Estar só. O afastamento. As diferenças, divergências e indisponibilidade de tempo para o outro.
Conheço gente que nem lembra o nome dos amigos de infância e/ou escola, gente que foi arrancada sem nem poder dizer adeus, e gente que não faz nada para unir-se com seus irmãos escolhidos ao longo do tempo.
Após esse afastamento quase que indolor e imperceptível há o choque para alguns. Daí vem a saudade, a nostalgia, o medo, a curiosidade pela vida do outro "Como sera que Fulano está? O que anda fazendo? Casou? Teve filhos? Foi preso? Está morto?".
Para todos nós vem o destino incerto, cada vez mais distante e diferente do que imaginávamos e planejávamos na infância. Acreditávamos realmente que seríamos astronautas, astrônomos, astros de rock. Queríamos ser estrelas, apenas. Pra brilhar mesmo após a morte, pra aquecer outros planetas por aí...
Mas não. Somos apenas Plutões, achando que somos o que não somos, longe do calor e do brilho que dizíamos ser de nosso poder. Cada vez mais apagados e jogados num canto. Frios. Vazios. Quem aparece por acaso geralmente não ficará por muito tempo ou acenderá alguma fagulha neste cubo de gelo que virou nosso coração. Sim, haverá apenas um que nos fará acreditar que somos importantes, e vamos cuidar com todo o carinho do mundo, como faz O Pequeno Príncipe à sua rosa solitária.
Mas mais ninguém. E você não sabe se sentirá falta ou dor, mas a saudade vem de vez em quando, e você terá aquela curiosidade, lembrará de coisas que agora parecem absurdas, um sonho doido e psicodélico que te fará rir de tarde enquanto toma um café com sua rosa. E vai olhar pra ela como que em câmera lenta, dizendo a si mesmo como seria bom se ela tivesse conhecido aqueles caras fodas, como seria bom se tivessem compartilhado daquelas risadas e mancadas. Não dói não ter mais isso. Só surpreende perceber que isso realmente existiu. E você dá um sorriso quente e doce, como o melhor dos abraços que o Sol dá ao se pôr.
Não deixe doer. Deixe ter valido a pena ter existido. Amigos não são pra sempre. Suas lembranças é que são. Seus feitos e desfeitos é que são.

Uma amiga minha, perto do fim do colegial, estava a morrer de medo de que nos afastássemos após conclusão. Eu achava tolice, dizia a ela para não se preocupar, que teríamos sempre uns aos outros. Eu realmente acreditava nisso.
Pensava que nada tinha a ver com nossos pais que chamam vizinhos e clientes de colegas ou classificam com título mais ralé. Pensava que eles não haviam conhecido amizade de verdade e eram almas soltas e vazias vagando para a morte sozinhas.
Mas em quase um ano percebo que isso é o natural. Estar só. O afastamento. As diferenças, divergências e indisponibilidade de tempo para o outro.
Conheço gente que nem lembra o nome dos amigos de infância e/ou escola, gente que foi arrancada sem nem poder dizer adeus, e gente que não faz nada para unir-se com seus irmãos escolhidos ao longo do tempo.
Após esse afastamento quase que indolor e imperceptível há o choque para alguns. Daí vem a saudade, a nostalgia, o medo, a curiosidade pela vida do outro "Como sera que Fulano está? O que anda fazendo? Casou? Teve filhos? Foi preso? Está morto?".
Para todos nós vem o destino incerto, cada vez mais distante e diferente do que imaginávamos e planejávamos na infância. Acreditávamos realmente que seríamos astronautas, astrônomos, astros de rock. Queríamos ser estrelas, apenas. Pra brilhar mesmo após a morte, pra aquecer outros planetas por aí...
Mas não. Somos apenas Plutões, achando que somos o que não somos, longe do calor e do brilho que dizíamos ser de nosso poder. Cada vez mais apagados e jogados num canto. Frios. Vazios. Quem aparece por acaso geralmente não ficará por muito tempo ou acenderá alguma fagulha neste cubo de gelo que virou nosso coração. Sim, haverá apenas um que nos fará acreditar que somos importantes, e vamos cuidar com todo o carinho do mundo, como faz O Pequeno Príncipe à sua rosa solitária.
Mas mais ninguém. E você não sabe se sentirá falta ou dor, mas a saudade vem de vez em quando, e você terá aquela curiosidade, lembrará de coisas que agora parecem absurdas, um sonho doido e psicodélico que te fará rir de tarde enquanto toma um café com sua rosa. E vai olhar pra ela como que em câmera lenta, dizendo a si mesmo como seria bom se ela tivesse conhecido aqueles caras fodas, como seria bom se tivessem compartilhado daquelas risadas e mancadas. Não dói não ter mais isso. Só surpreende perceber que isso realmente existiu. E você dá um sorriso quente e doce, como o melhor dos abraços que o Sol dá ao se pôr.
Não deixe doer. Deixe ter valido a pena ter existido. Amigos não são pra sempre. Suas lembranças é que são. Seus feitos e desfeitos é que são.

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