19.12.11

'Cause I remember

Não dá pra resolver que o choro vai parar, o medo vai morrer e o sorriso vai florescer daqui há exatos dois minutos. Por mais que você queira, implore, e se force a isso, só consegue o contrário.
Mas quando você se solta, ah, meu amigo... Que delícia! Uma anedotazinha da colega do trabalho e o pote de sorvete que ela vai buscar na festa do andar de cima pra você porque sabe que você não é festivo(a) te fazem sorrir tímidamente.
Sair do trabalho ainda de dia e sentir o calor do sol te lembra os tempos de pré-adolescência quando você saía de aula vaga às 16h da tarde. Você não sorri, mas se sente bem, se assusta até, por uma época tão estranha da sua vida ainda te lembrar momentos bons.
Vai dormir lamentando as horas que ainda tem de dia pra aproveitar, mas não dá pra ficar acordado(a) depois de passar mal à noite e perder o sono com preocupações, porém se lembra da sua gata ronronando assustadoramente alto pedindo um cantinho na cama e indo dormir com você como nos bons e velhos tempos de infância felina.
Sonha, sonha com seu bem e com coisas do trabalho, mas de uma maneira divertida, e sonha que corre como criança em pega-pega depois de provocar o seu amor por dizer (sem querer, mesmo) que o seu time tem mais títulos. Sonha até com a felicidade do primo que começa a assobiar do nada.
Acorda e ainda tem Sol. EBA!
Sobe as escadas pra ver o céu de um ângulo mais expansivo e:

Ainda consegue ver o finzinho do pôr do Sol, consegue se lembrar do inverno, pra onde olhava quando falava tal assunto em agosto, setembro...
Sorri e dá as gargalhadas mais deliciosas ouvindo a música que te pergunta se você lembra daquele tempo gostoso quando estava tudo bem, nossa você já tentou fazer isso? Encontrar o pôr do sol assim, sem querer, sem marcar hora, e colocar o celular no aleatório e cair justamente naquela música? Que fala exatamente sobre o que você já estava fazendo que é lembrar de tempos extremamente bons, e daí você tem uma ideia de preparar mais porcos voadores para o seu bem, e vai saltitando pela casa achar o material e dá de cara com ele...
E vem escrever sobre isso porque é realmente surreal quando a felicidade vem, porque ela vem tão absurdamente do nada, só que mesmo assim você sente que já estava esperando ela chegar, isso é tão ... [escolha um adjetivo grandioso]!
Sou um porco em vôo. Tão leve que o vento é quem me comanda. Estou em ékstasis.

3 comentários:

  1. As vezes a gente dorme um tempão, mesmo sem ter vontade, se apega a cama, porque é mais fácil. Ficam batendo a porta e você tem preguiça de abrir. Era a felicidade. Num dia qualquer, insignificante como só ele, sem motivo algum. Você se cansa. Abre as portas, as janelas, descobre as gretas, faz buracos na parede e diz pra felicidade "pode entrar por onde quizer", pra se sentir em casa "Estou muito feliz em vê-la, café ou chá? Talvez uns biscoitos" e vocês conversam sobre qualquer coisa, por quais lugares vão passear, de que assuntos vão se interessar, por quais pessoas se dedicar, mas com um pesar "Não vamos falar do tempo em que você bateu na porta e te ignorei apertando os olhos", ela sorri docemente como se dicesse "Vão haver dias em que eu vou precisar sair correndo, sumir por uns tempos e talvez você queira apertar novamente os olhos, mas vou voltar a bater em sua porta, não tenha medo de abri-la". Só com esse sorriso ela me fez entender que meu maior medo é o medo de abrir a porta e não for a felicidade que está batendo.

    ResponderExcluir
  2. Belas fotos.
    Os dias variam entre catástrofes e bonanças.
    Há quem consiga equilibra-las, outros nem tanto...
    O mundo é um só, quem vive que o muda a seu jeito.

    ResponderExcluir
  3. Tudo o que eu tenho a dizer para esse post é: uau!
    Incrível, simplesmente.

    ResponderExcluir