Não estou falando nem vou falar sobre cobras e aranhas. Mas é esse o título mesmo, manha. Vamos deixar de manha e vamos agir.
E eu vou agir dessa vez porque tô com raiva e se tem uma coisa que eu sei é que eu só faço alguma coisa quando tô com raiva. E é uma raiva tão grande que me deixou lúcida de tal forma que eu tô tendo a certeza de que vou virar a noite fazendo essa maldita resenha do Paulo Prado que adiei por causa de outras merdas que foram pedidas, pelo jogo do corinthians (eu odiei o corinthians a minha vida inteira, não odeio mais, amei esse jogo, só que continuo não sendo corinthiana ok? nem serei, tá certo?), pelos históricos de transferência e pela formatação do computador do meu pai. Mas na verdade, verdadeira, de verdadinha, eu não fiz esse troço porque não tive vergonha na cara e fui manhosa do início ao fim, ficando emburrada quando me jogavam na cara coisas que eu já sabia que estava fazendo de errado. Ou melhor, não tava fazendo porra nenhuma porque sou medrosa porque fui criada forever alone cheia dos receios e não-me-toques porque papai foi criado por um vaqueiro muito do brabo Paraíba masculina vovô macho sim senhor que fundiu com os miolos de quem me gerou.
Então agora vou me desvincular desse medo imposto, vou me agarrar nessa raiva que eu sei que tô errada em ter mas é a única coisa que vai me levar pra frente ou me fazer afundar de vez. Mas foda-se, dessa vez posso dizer que fiz algo.
Ao invés de dormir, espero que eu me lembre de, no caminho, parar no posto de saúde muito bem administrado e cheio de benefícios, pra pedir exame pra saber porque diabos eu sangro tanto, e espero que não seja uma anemia ou algo pior porque se eu desistir de tudo depois dessa não quero ouvir reclamação.
Vou trabalhar, vou ficar 36 horas sem dormir, vou escrever pro meu pai e deixar essa carta como segundo plano porque vou tentar falar de alguma maneira, vou ligar essa raiva lúcida e macia e vou olhar bem na cara dele e dizer "pai, eu cresci". Se ele rir da minha cara, me dar uma surra, dizer que tá decepcionado ou me expulsar de casa, aí não vou ser eu a ter o trabalho de me consolar hein.
Essa raiva não é raiva de ninguém além da Helen por me deixar levar por mim mesma e não fazer porra nenhuma porque sou filha da minha mãe, outra que não faz nada e só reclama e só diz coisa sem sentido. Puxou a mim a coitada.
Então a raiva não é de você, se eu disse ironia foi pra doer em mim tá? Porque eu preciso dessa raiva pra poder andar, não se preocupe porque eu te amo demais, amo de verdade, e vou levantar dessas cadeiras que eu sento enquanto você não senta em nenhuma, e vou agir e vou te ver, e vou te abraçar bem forte, porque eu inventei essa raiva toda pra não chorar e pra poder ser forte pra não deixar a gente cair, ainda mais cair separado.
Vou parar de ser morta e vou viver um pouquinho. Vou cuidar de você, mesmo que o homem de vermelho não tenha pedido nada, vou fazer de brinde pra ele se contentar quando ver a gente outra vez e pedir isqueiro emprestado.
Vou deixar de ser besta.
Sou Paraíba masculina também, porra.
E nada de comentar aqui estranhos, saiam.
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